A série televisiva "Aruanas", do escritor Marcos Nisti, exibida pelo Globoplay, narra a história de três amigas líderes de uma Organização Não Governamental (ONG), que lutam pela preservação da floresta amazônica. Na narrativa, investiga-se uma mineradora que, por tirar altas quantidades de recursos naturais, acaba com as virtudes do lugar. Fora da ficção, tal conjuntura se reflete no Brasil hodierno, haja vista a exacerbada retirada de materiais sustentáveis do meio ambiente. Logo, para reverter o quadro atual, faz-se impreterível analisar as causas sociais e empresariais a fim de mitigar a problemática em território nacional.
Em primeiro lugar, vale ressaltar que majoritariamente parte da população contribui para a degradação da natureza, pois é notório que desde o começo do país a sociedade vigente corroba tal fato. Acerca disso, com a chegada dos portugueses no Brasil, em 1500, a extração do pau-brasil foi a primeira atividade feita nas terras nacionais, entretanto, essa exploração foi tão intensa que a árvore quase entrou em extinção naquela época. Sob esse prisma, na contemporaneidade, as pessoas colaboram para que essas catástrofes aconteçam frequentemente, causando, assim, consequências mais graves à natureza, por exemplo: as queimadas, que com o aumento do desmatamento lidera uma lamentável perda do ecossistema. Por conseguinte, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), área desmatada na amazônia cresceu 85% e parte do desmatamento foi feito por homens, o que favorece, nesse sentido, para a degradação ambiental.
Ademais, muitas empresas focam apenas no lucro negligenciando as consequentes causas de suas ações, porque com a retirada dos recursos ambientais, elas deturpam o cenário florestal e abastecem, cada vez mais, o mercado econômico em detrimento de interesses lucrativos. Dessa maneira, essas práticas afetam negativamente o meio ambiente, destruindo a flora e gerando perda da fauna brasileira, pois incêndios florestais são gerados, muitas vezes, pelos altos índices de desmatamento e pela inesgotável escassez desses recursos do meio natural. Em sua canção do exílio, o célebre poeta Gonçalves Dias exalta seu amor pela pátria amada e revela a saudade que tem de sua terra natal: o Brasil, "Em cismar, sozinho, à noite, mais prazer encontro eu lá, minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá", no entanto, isso não se evidencia no contemporâneo devido à destituição florestal da fauna nacional. Em contrapartida, no artigo 23.º — da Constituição Federal de 1988 — é dever de todos zelarem pelo meio ambiente, isso vai ao encontro do pensamento do filósofo Hans Jonas, que disserta que o mundo precisa ser sustentável porque se deve pensar nas futuras gerações.
Portanto, diante dos aspectos conflitantes relativos às queimadas e à preservação do meio ambiente no Brasil, cabe ao Ministério da Educação em parceria com as ONG's de cada estado brasileiro alertarem a população em geral acerca da temática. Isso deve ocorrer através de campanhas públicas, esclarecendo a importância da conservação e da proteção do meio ambiente com o fito de descentralizar o conhecimento educacional e ambiental de cada cidadão. Paralelamente, o Ministério do Meio Ambiente deve, por intermédio de relatórios semestrais, fiscalizar as empresas que infringirem as normas legislativas, podendo atenuar o desequilíbrio ambiental e com a finalidade de haver menos incêndios e desmatamentos florestais. Desse modo, a ficção apresentada por Nisti distanciar-se-á da realidade e não será vivenciada.