Tema (Enem): O uso do transporte público no Brasil.
O Processo de Urbanização, intensificado no século xx, ocasionou uma saída, em massa, de pessoas de todas as regiões para o sudeste brasileiro. Com isso, houve, inevitavelmente, o surgimento das cidades e, como consequência, a necessidade do transporte público para a locomoção de cidadãos. Entretanto, tal necessidade não é garantida, de forma plena, pelos governantes, o que afeta a harmonia social. Visto isso, é necessário compreender como a negligência estatal e a lógica capitalista corroboram o entrave.
Em primeiro plano, é importante frisar a negligência estatal sobre o óbice. Pois, de acordo com a Constituição Federal, de 1988, todos possuem o direito de ir e vir. Em contrapartida, o Estado brasileiro não pratica, com integridade, suas leis, visto que não há investimentos nas frotas de ônibus, por exemplo, seja para aumento de suas unidades, seja em projetos de infraestrutura para uma melhor mobilidade urbana, permitindo que os indivíduos se aglomerem nos poucos coletivos que há, deixando-os suscetíveis à propagação de possíveis doenças, além do sentimento de desconforto e de desamparo social que a situação impõe, o que coloca em risco a saúde, física e mental, dos civis, além de desrespeitar um dos princípios fundamentais da Constituição.
Sob outro prisma, convém destacar a lógica capitalista como uma das causas da problemática. Ademais, o Neoliberalismo, ramificação do sistema capitalista, consiste no estado mínimo, no qual será responsável por suprir direitos fundamentais, como saúde e educação, e no livre comércio, no qual uma massa de indivíduos trabalham, por longos períodos, para sustentar a riqueza dos proprietários dos meios de produção. Nesse contexto, há, diariamente, uma migração pendular de milhões de pessoas que, para sustentarem suas famílias, se submetem ao transporte coletivo, que muitas vezes se encontra além da sua capacidade máxima, para se locomover ao trabalho. Paralelamente, os empresários negligenciam a vida de seus colaboradores, à medida que não os incentivam a utilizarem transportes alternativos que diminuam não só o desconforto, provocado pelos coletivos, mas também a emissão de gases poluentes.
Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Logo, cabe ao Poder Executivo aumentar a frota de ônibus e micro-ônibus, além de promover a reforma deles, por meio de empréstimos ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, visando assegurar o conforto e, com a diminuição da superlotação, a saúde dos usuários desse serviço público. Além disso, os empresários devem viabilizar meios de mobilidade alternativos, como bicicletas, por meio de aumentos no auxílio transporte e reuniões que tratem da importância de diminuir gases poluentes, a fim de preservar o planeta para as gerações vindouras.