Desde a formação da sociedade, a humanidade necessita repassar conhecimentos, valores, normas, entre outras coisas, para suas futuras gerações. Desta forma faz-se necessário o uso da educação, pois inclui o indivíduo na comunidade e assim o ensina a conviver e apreender ensinamentos de séculos de desenvolvimento, portanto, é indubitavelmente um direito de todos os indivíduos, além de ser assegurado pelo Estado. Porém, indivíduos com deficiências físicas, e no caso, a surdez, vem passando por inúmeros obstáculos para seu desenvolvimento educacional, reflexo de uma má formação de sistema do ensino e do acompanhamento social para tais indivíduos.
Ao observar a formação da educação no Brasil, é notório que a mesma sempre foi desvalorizada e tida como segundo plano para o desenvolvimento do país. Os reflexos disso, dentre outros, é a estrutura das escolas, que no geral, é precária e não abrangem áreas muito interioranas. Os salários e a valorização dos professores são cada vez mais baixos e em muitas das escolas não existem profissionais suficientes para atender os alunos. Logo, a existência de classes especiais para a educação de surdos e de profissionais capacitados para ensinar e auxiliar essas pessoas é bem pequena.
Assim como a enorme desinformação da sociedade sobre como vivem e se relacionam as pessoas surdas. O contato social, muitas vezes, restringe-se aos amigos íntimos ou até mesmo apenas a própria família. Ou melhor, àqueles que compreendem como se comunicar e qual situação do indivíduo surdo. Além das dificuldades sociais, existem obstáculos na aprendizagem, pois em muitos dos casos a tradução para Libras pode levar a uma interpretação diferente do que é o correto e prejudicar o surdo. Além de terem a língua portuguesa como sua segunda língua, da qual é fortemente diferente da Libras, transmitida por gestos.
Para evitar que essas situações acabem tornando o país ainda mais desigual, medidas devem ser tomadas, para que a educação evolua para uma escala a que todos tenham acesso e conforme a icônica frase de Nelson Mandela: "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.", devemos valorizá-la. Nesse sentido, o MEC deve implantar um sistema de ensino com maior escala, voltado para os surdos, recebendo investimentos em parceria com o Governo Federal, para que haja uma compreensão melhor e realmente funcional do aprendizado por parte dos surdos. O MEC, em parceria com as mídias de massa, deve circular campanhas, debates e reuniões na comunidade, para prover um futuro de inclusão para os surdos e informar a sociedade sobre a situação dos mesmos. Como também, o Governo Federal deverá investir em mais ações afirmativas e capacitação de profissionais que traduzam Libras, com a finalidade de auxiliar os surdos em sociedade e assegurar a comunicação deles com todos os cidadãos.