A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, defende a manutenção do respeito entre os povos de uma mesma nação. No entanto, no cenário brasileiro atual, observa-se justamente o contrário, quanto à questão do reconhecimento da contribuição das mulheres nas ciências da saúde no Brasil. Nesse contexto, torna-se evidente como causas a má influência midiática, bem como a falta de investimentos.
Em primeira análise, a má influência midiática mostra-se como um dos desafios à resolução do problema. Conforme Pierre Bourdieu, o que foi criado para ser instrumento de democracia não deve ser convertida em mecanismo de opressão. Nessa perspectiva, pode-se observar que a mídia, em vez de promover debates que elevem o nível de informação da população mostrando o desempenho das mulheres no meio científico, influencia na consolidação do problema.
Além disso, outra dificuldade enfrentada é a questão da falta de investimentos. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, a taxa de investimento no Brasil, somando setores público e privado, está no seu menor nível dos últimos 50 anos. No entanto, para agir sobre problemas coletivos, como a questão da falta de investimentos para aumentar o reconhecimento das mulheres nas ciências da saúde no Brasil, é preciso um investimento massivo. Como há uma lacuna financeira no que tange ao problema, sua erradicação tem sido complicada.
Logo, medidas estratégicas são necessárias para alterar esse cenário. Dessa forma, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União devem fiscalizar o destino dos investimentos brasileiros, a fim de remanejá-los para o aumento das profissionais mulheres nas ciências da saúde. Para que tal destinação seja coerente com a realidade brasileira, estes órgãos podem criar consultas públicas, nas quais a população interaja e aponte questões.