A pandemia do novo Coronavírus gerou grandes discussões acerca de como o ser humano reage ao afastamento contínuo de outros indivíduos, já que é uma espécie essencialmente social. Nesse contexto, um dos mais relevantes debates foi a saúde mental dos jovens, tendo em vista o isolamento físico, a fim de conter a disseminação do vírus, e a incerteza trazida pelo novo contexto global. Assim, no que tange à pressão escolar e à saúde mental, a preocupação com os estudantes é crescente, devido aos conflitos em se adequarem às novas rotinas acadêmicas fora do ambiente convencional e à pressão psicológica por terem que enfrentar essas mudanças sozinhos, causados pela falta de apoio familiar e profissional. Logo, medidas devem ser tomadas para sanar a problemática.
Em primeira análise, de acordo com Hipócrates, médico e filósofo grego clássico, “O homem saudável é aquele que possui um estado mental e físico em perfeito equilíbrio.” Por isso, o estado psicológico em que os estudantes se encontram é preocupante. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 20% dos adolescentes atuais terão algum tipo de enfermidade mental na idade adulta, o que confirma que essa parcela da população é mais vulnerável às mudanças de hábitos e mais suscetível a ter problemas em se adaptar a eles, como estudar em casa com o uso de ferramentas digitais, por exemplo. Desse modo, urge às entidades públicas criarem medidas para atender às necessidades dos estudantes.
Ademais, em segunda análise, consoante a OMS, 3 em cada 10 estudantes brasileiros têm transtornos mentais comuns, como ansiedade. Assim, o apoio familiar e de profissionais terapeutas é de suma importância para o bem-estar das crianças e dos adolescentes. Portanto, medidas como o Projeto de Lei nº 2391/2020, que estabelece a obrigatoriedade das operadoras de planos de saúde a prestação de serviços psicológicos, como acesso a psicólogos e psiquiatras, aos seus beneficiários, é um fator decisivo para atender aos jovens, em meio às dificuldades enfrentadas por eles, como o processo de adaptação à nova rotina de estudos.
Em síntese, os cidadãos mais jovens devem ter acesso ao apoio necessário, a fim de melhorar o desempenho acadêmico, principalmente no contexto atual trazido pela pandemia da covid-19. Por conseguinte, cabe ao Ministério da Saúde, órgão responsável pelo acesso à saúde em território nacional, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), oferecer apoio psicológico nas unidades básicas de saúde, através do recrutamento de profissionais qualificados, para assegurar que o acesso à terapias esteja amplamente presente no país, de modo que os jovens sejam amparados em meio às suas angústias pessoais. Dessa forma, será possível garantir mais qualidade de vida escolar aos estudantes brasileiros.