A frase célebre, “Esse é o problema da dor, ela precisa ser sentida”, presente no livro “A culpa é das estrelas” de John Green resume o que psicólogos e psiquiatras defendem em suas consultas: os sentimentos negativos devem ser vivenciados para que se crie certa resistência aos problemas. No entanto, é nítida a refutação da sociedade atual sobre o ponto de vista dos especialistas, dado que expressões como “Good Vibes only” estão sendo utilizadas corriqueiramente, o que acarreta em discussões sobre positividade tóxica. Com essa abordagem, uma das causas para a ocorrência desse impasse é a necessidade dos indivíduos em serem produtivos todo o tempo ignorando a negatividade, consequentemente, com essa repressão, há a tendência de retomada dos problemas só que com maior intensidade. Sendo então fulcral a reversão dos fatos. Nesse cenário, é importante destacar que, em função do habitual surgimento de frases motivacionais e de incentivo à produtividade frenética - presentes em grupos de WhatsApp é demais redes - a sociedade está , cada vez mais, suscetível a reprimir pensamentos de tristeza para suprirem a pressão capitalista de produção interrupta. Nessa perspectiva, o escritor Byung-Chul Han em “Sociedade do cansaço” critica o excesso de trabalho no cotidiano, visto que realizar demasiadas tarefas é um sinal de retrocesso e ignorância aos sentidos essenciais à vida. A partir disso, a obra traduz o contexto contemporâneo em que se insere os cidadãos ligados a positividade tóxica diária e ao trabalho sobrepujante que juntos corroboram para a supressão dos sentimentos. Por conseguinte, presencia-se que sob a ótica de Han, com tamanha laboração e otimismo, problemas que deveriam ser tratados com resiliência são acumulados e intensificados. Dessa forma, a filósofa Hannah Arendt defendeu que quanto mais superficial e irrefletida for a vida da pessoa mais tendenciosa é desse cometer erros e não lidar corretamente com seus contratempos. Consoante, o pensamento crítico dito é semelhante ao contexto atual, já que a partir do momento que sensações primordiais para o desenvolvimento humano são rejeitadas pela positividade tóxica, o processo de resiliência é automaticamente erradicado, sobrecarregando as dificuldades. Depreende-se, portanto, que o excesso de positividade é um problema que precisa ser paulatinamente reduzido. Para que isso aconteça, urge que o Ministério da Educação implemente na grade curricular das escolas projetos socioemocionais, com a finalidade de trabalhar os sentimentos dos alunos para melhor lidarem com as contrariedades do cotidiano e compreender que é normal sentirem-se tristes em determinados momentos e que não se deve ignorar isso. Logo, por meio do programa “Escola da inteligência” de Augusto Cury, que visa solucionar desvanecia como o da positividade tóxica, os indivíduos estarão prontos para viver o dia a dia com resiliência.