“É necessário fazer uma análise histórica para realização da compreensão de um povo”. A partir da observação do antropólogo Franz Boas, infere-se que, na contemporaneidade brasileira, ao analisá-la por um prisma evolutivo, as discussões sociais voltadas para o preconceito linguístico sempre foram ínfimas. Nesse sentido, esse cenário persiste intrinsecamente na realidade do país, seja em virtude de falhas na educação, seja por fatores socioculturais.
Em primeiro plano, o problema é sustentado pela base educacional brasileira lacunar. Para Kant, o homem é o que a educação faz dele. Nesse sentido, o preconceito com determinados grupos que não têm acesso ao domínio na norma padrão da língua portuguesa é responsabilidade da escola, seja por não democratizar esse conhecimento, seja por tratar da variação linguística de forma não suficiente. Assim, a formação educacional desvaloriza a pluralidade linguística.
Em outra análise, percebe-se como causa a sensação de superioridade de alguns grupos sociais. Nesse viés, a Teoria da Eugenia, é usada como base do nazismo, defende a superioridade de algumas pessoas de acordo com certas características. De forma análoga, percebe-se essa mentalidade na questão do preconceito linguístico, que determina a superioridade de pessoas sobre outros de acordo com sua forma de falar, refletindo um preconceito social.
Portanto, para alterar tal cenário, o MEC – Instituição Máxima Educacional – pode criar os “jogos linguísticos”, por meio de uma semana com conteúdos sobre as variações linguísticas e a diversidade cultural, a fim de popularizar a concepção do “preconceito linguístico” e problematizar as consequências de tal descriminação. Ademais, o evento deve acontecer em colégios do ensino fundamental e médio, a fim de mobilizar toda a comunidade. Assim, a máxima de São Tomás poderá ser mais palpável na realidade brasileira.