Na obra "O espírito das Leis", Montesquieu enfatizou que é preciso analisar as relações sociais existentes em um povo para aplicar as diretrizes legais e abonar o progresso coletivo. No entanto, ao observar o preconceito linguístico no Brasil, certifica-se de que a teoria do filósofo diverge da realidade contemporânea, haja vista a persistência de tal preconceito, que é, sobretudo, uma questão elitista. Tal fato impede a ascensão do Estado. Com efeito, é imprescindível enunciar os aspectos socioculturais e a insuficiência legislativa como os pilares fundamentais da chaga. É importante considerar, antes de tudo, o fator grupal, pois, segundo Jurgen Habermas, a razão comunicativa - ou seja, o diálogo - constitui etapa fundamental do desenvolvimento social. Nesse ínterim, a falta de estímulo ao debate a respeito do tema aqui abordado coíbe o poder transformador da deliberação e, consequentemente, ocasiona uma segregação linguística. Ou seja, o cidadão que apresenta um marcador regional, que difere dos marcadores criados pela elite econômica nacional (residente na região sudeste do Brasil) em sua fala, tende a ser estereotipado pelos demais. Logo, esse preconceito também é socioeconômico, como afirma o linguista Marcos Bagno. Dessarte, discorrer criticamente a problemática é o primeiro passo para a consolidação do progresso sociocultural habermaseano. Além disso, merece destaque o quesito constitucional. Assim, conforme o filósofo Jean-Jacques Rousseau, os cidadãos cedem parte da liberdade adquirida na circunstância natural para que o Estado garanta direitos intransigentes. Entretanto, o preconceito linguístico contrasta a concepção do autor na medida em que as leis contra essa discriminação não são aplicadas de forma rigorosa. Isso porque as pessoas que geralmente cometem tal delito, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são pessoas socialmente privilegiadas, por isso possuem mais recursos para contornar a situação e sair de forma impune dela. Dessa forma, ações precisam ser executadas pelas autoridades competentes, com o fito de dirimir o revés. Portanto, entende-se a temática como sendo um obstáculo intrinseco de raízes culturais e legislativas. Por isso, a mídia, em parceria com programas de grande audiência, deve discutir com advogados, cientistas sociais e, principalmente, linguistas, com o objetivo de apresentar uma visão crítica e orientar os espectadores a respeito do impasse. Essa medida ocorrerá por meio da elaboração de um projeto estatal, em parceria com o Ministério das Comunicações. Em adição, o Ministério Público deve reforçar as punições para quem comete o ato preconceituoso em questão, para não propagar a impunidade. Desse modo, a sociedade brasileira terá o progresso social concretizado, como enfatizou Montesquieu.
Ver redaçãoDurante o processo de Colonização do Brasil, os europeus buscaram mudar radicalmente características culturais dos povos nativos de diversas formas, como pela catequese e pela escravidão, o que evidencia o etnocentrismo brutal do período. Hodiernamente, a persistência da intolerância para com outras culturas é uma realidade nacional, manifestando-se, dentre outras formas, pelo preconceito linguístico, desencadeado tanto pelos preconceitos internalizados pela população quanto pelo desconhecimento sobre a dinâmica de uma língua. Inicialmente, é importante destacar que, de acordo com o físico Albert Einstein, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado. Considerando a conjuntura atual da nação, pode-se afirmar que o pensamento do intelectual é extremamente perspicaz, pois grupos que compartilham de ideias opressoras, como a homofobia, a xenofobia e a depreciação por condições socioeconômicas, tendem a tornarem-se cada vez mais radicais, expressando-se através da repressão violenta das particularidades das minorias, como o modo de falar. Nesse contexto de absurdos, pode-se destacar a figura do presidente Jair Bolsonaro que, em 2018, criticou ferozmente a elaboração da prova do ENEM pela abordagem do pajubá, dialeto utilizado por alguns LGBTQIA+, alegando ser algo inapropriado, o que comprova a validade da afirmação de Einstein. Diante disso, observa-se que as ideologias repressoras vigentes no território nacional intensificam a intolerância para com manifestações orais distintas. Além disso, faz-se relevante salientar que, segundo o geógrafo Milton Santos, as diferenças regionais brasileiras são tamanhas que o Brasil parece ser formado por vários outros "Brasis". Analisando esse cenário de disparidades, é natural que um idioma também sofra modificações com o passar do tempo e com a variação da localidade, sendo essa uma característica que faz do Português uma língua viva. No entanto, a ausência de um conhecimento sobre a tendência de mudanças no código oral por parte dos brasileiros é alarmante, servindo, erroneamente, como justificativa para discriminação e violência. Logo, evidencia-se que a ignorância sobre o processo de variação idiomática potencializa ações discriminatórias por traços de oralidades. Depreende-se, portanto, que o preconceito linguístico é uma problemática nacional que precisa de elucidação. Em um primeiro momento, é imprescindível que conglomerados midiáticos, em parceria com sociólogos e personalidades de diversas regiões do país, abordem a gravidade da discriminação por conta de característica orais, por meio de vídeos que expliquem como identificar e combater essa atitude, além de mostrar depoimentos de vítimas. Assim, o público saberá como evitar essas ações discriminatórias. Ademais, é necessário que o Ministério da Educação, contando com o auxílio de linguistas e de professores de Português, fomente a valorização da variação linguística observada no Brasil, por intermédio da promoção, em escolas e universidades, de eventos trimestrais que exponham as singularidades da Língua Portuguesa e da distribuição de materiais que discutam a variação no espaço urbano. Dessa forma, os estudantes entenderão a naturalidade e os benefícios da diversidade oral nacional.
Ver redaçãoO poema modernista "Pronominais", de Oswald de Andrade, é um retrato de um grave problema no Brasil: o preconceito linguístico. Ao discutir o contraste entre a fala popular "me dá um cigarro" e a forma gramaticalmente correta "dê-me", o poeta explicita o perigoso potencial de exclusão e dominação que pode ser atribuído à linguagem quando classificada qualitativamente. Esse fato é inconcebível em um país heterogêneo e multicultural como o Brasil, exigindo o debate e a proposição de soluções. A princípio, é mister ressaltar a variedade de dialetos como algo extremamente positivo e não hierarquizável. Nesse sentido, conforme apontado pelo sociólogo culturalista Fraz Boas, as particularidades de cada cultura são a base para o conhecimento e evolução integral da humanidade. Sob esse viés, qualquer tentativa de diminuição de algum modo de expressão como "errado" ou "aculturado" constitui uma falácia excludente que contribui para a baixa autoestima e sentimento de inferioridade de diversas classes. Essa falácia, entretanto, transcende o plano da exclusão e do preconceito: ela também estrutura a dominação e a desigualdade. Nesse contexto, destaca-se o conceito de "dominação simbólica", cunhado pelo filósofo Pierre Bordieu, segundo o qual pequenos privilégios - como o acesso à cultura erudita, educação formal e à norma gramatical culta, por exemplo - perpetuam o poder de poucos em detrimento da miséria e alienação de muitos. Esse cenário acentua ainda mais a já colossal lacuna social e econômica existente no mundo hodierno. Portanto, a aceitação dos vários modos de falar é urgente no Brasil. A fim de se aproximar de tal realidade, é necessária a discussão do tema desde a educação básica, por meio de palestras e pela apresentação de conteúdos inclusivos das mais diversas variedades dialéticas nos materiais didáticos, no intuito de se instruir contra a discriminação linguística. Essa atitude governamental, em parceria com uma atitude positiva da sociedade, tem potencial para concretizar o projeto modernista de democratização da língua.
Ver redaçãoNo cenário atual, o filme " Que horas ela volta" conta a história de Val, uma doméstica que luta diariamente para dar uma vida melhor para sua filha, porém ela é constantemente zombada e ridicularizada por seus patrões devido ser sotaque nordestino. Dessa forma, o tema do preconceito linguístico em questão no Brasil são um dos pontos mais discutidos da sociedade atual. Isto posto, essa trama tem ocorrido devido à irresponsabilidade do governo e à omissão da população. Em primeiro plano, deve-se analisara situação da leviandade da regência nacional como um dos causadores do problema. Desse modo, sugundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), cerca de 38% das pessoas que possuem sotaque ou estilo linguísticos de outras regiões afirmam já terem sido excluídos ou humilhados por indivíduos de locais diferentes. Dessa maneira, a pouca atenção dos dirigentes pátrios ocorre por não não haver um investimento na criação de leis que tornem cirme a discriminação para com estílos de falas de outras cidades ou estados, não feitos pelo pouco interesse no imbróglio, pois estão mais preocupados com questões como economia e educação, podendo gerar um crescimento dessa transgressão. Paralelo a isso, é essencial aludir sobrea inércia de condutas dos cidadãos como outro imortalizador do emblema. Por conseguinte, de acordo com o pastor e ativista político estadunidense Martin Luther King, "Ou vivemos todos como irmãos, ou merremos todos juntos como idiotas". Destarte, a inatividade geral é provocada por uma inexistência de empatia social, pois as pessoas tem uma preocupação maior com seus problemas pessoais ao se ausentar de tomar qualquer atitude para que seres que possuem sotaques diferentes possam ser respeitados quando saírem de suas regiões, sendo capaz de cuasar uma degradação do empecilho. Portanto, a continuidade do tema do preconceito linguístico em questão no Brasil é gerado pela irresponsabilidade do governo e pela omissão da população. Diante disso, o Poder Legislativo e Judiciário, responsável por criar e julgar leis respectivamente, tomando como base medidas de outros países, tem o dever de tornar crime a prática de descriminação linguística, multanto ou até prendendo indivíduos que cometerem essa arbitrariedade, com o objetivo de diminuir essa adversidade. Para mais, o Governo Federal, incumbido dos interesses da administração nacional, em parceria com as instituições de ensino, que fazem o compartilhamento do saber, devem promover palestras sobre como proceder quando presenciar uma situação de preconceito com sotaques de outros regiões, com o apoio de policiais, com o intuito de melhorar essa situação.
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