A música “Pais e filhos”, da banda Legião Urbana, retrata a diferença entre gerações, como se vê, por exemplo, no trecho da canção em que é dito “(...) você culpa seus pais por tudo/isso é absurdo/são crianças como vocês (...)”. O conflito entre pessoas com idades diferentes é algo normal, porque os indivíduos são influenciados pelas ideias, padrões e visões de mundo características de cada momento histórico. Contudo, encarar estas divergências em determinados aspectos da vida com um olhar positivo, com empatia, é uma atitude que pode trazer benefícios para os membros que fazem parte das instituições afetadas pelos conflitos intergeracionais, como as famílias e as empresas.
Ao se analisar o ambiente doméstico e as relações entre os familiares, nota-se que os jovens possuem mais acesso a informações do que seus antecessores tiveram quando eram mais novos, porém ainda não adquiriram a devida experiência para lidar com os problemas que surgem nas etapas da formação. Por outro lado, as pessoas mais velhas, como os pais e as avós, apresentam uma maior experiência e conhecimento de vida para enfrentar as diversas situações emergentes das relações sociais. As divergentes opiniões sobre os fatos não precisam resultar, obrigatoriamente, em brigas e discussões infrutíferas. Ao contrário, diferentes pontos de vista são enriquecedores para o encontro de soluções, desde que, tanto os mais novos como os mais experientes saibam reconhecer, um no outro, suas respectivas qualidades e boas atitudes.
Além do ambiente familiar, o conflito entre gerações, não raramente, também ocorre nas empresas. Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil, três a cada quatro empresas pesquisadas lidam com problemas causados por estes conflitos. Para minimizar os impactos gerados, como os afastamentos por licenças médicas causados pelo estresse emocional e a perda de produtividade, o líder deve dialogar mais com os colaboradores das diferentes gerações, para que, apesar das diferenças, a equipe possa encontrar pontos em comum e, de forma sinérgica, atuarem para o desenvolvimento da organização. Por exemplo, para aumentar o índice de vendas de um determinado produto, o gestor deve contar com a experiência dos mais velhos em conhecer os históricos e os hábitos dos clientes da empresa e, ao mesmo tempo, com a maior facilidade em lidar com a tecnologia, característica dos mais jovens, ao divulgar o produto nas mídias sociais. Reconhecer as habilidades específicas de cada um é de suma importância para lidar com os conflitos intergeracionais e obter resultados para a empresa.
Dessa forma, as pessoas de diferentes gerações, por meio do diálogo e da troca de experiências, devem reconhecer no outro as qualidades e habilidades para a solução dos conflitos, que surgem tanto nas famílias como nas empresas, se colocar no lugar do outro e identificar os pontos em comum, apesar das diferentes percepções de mundo, para que nasça a cooperação entre gerações, potencializando aquilo que cada um tem de melhor.