O filme "Cidade de Deus" mostra uma realidade fictícia da população periférica que convive com o tráfico de drogas diariamente. Fora da ficção, fato é que a venda ilegal de drogas é uma característica preocupante do Brasil e faz-se necessário analisar medidas para seu fim. Nesse viés, cabe destacar como causa principal a desigualdade socioeconômica no país e como consequência a enorme violência que assola a população periférica.
A princípio, é imperioso lembrar do período Pós Escravidão no Brasil, quando as pessoas negras recém libertas precisaram ir para as periferias e não tiveram oportunidades de emprego, por exemplo. Nesse sentido, a desigualdade social e econômica é um problema estrutural, uma vez que persiste há séculos e afeta, sobretudo, os cidadãos residentes das comunidades e periferias. Dessa forma, o tráfico de drogas se apresenta como uma alternativa para os jovens que não têm melhores perspectivas de futuro nem apoio do Estado.
Ademais, é importante ressaltar as muitas cenas violentas no filme "Cidade de Deus", o qual retrata os impactos do tráfico de drogas na vida dos brasileiros. Nesse contexto, há personagens que mesmo não se envolvendo no crime, tem algum parente ou amigo que faz parte dele e na maioria das vezes é morto pela polícia de uma maneira violenta. Enfim, a realidade brasileira não se distancia da ficção e, por isso, necessita ser urgentemente superada.
Portanto, há uma carência de ações para reverter o quadro atual. Urge que o Estado promova um conjunto de medidas voltado para a população das periferias e comunidades de todo país, de modo que forneça mais oportunidades para os jovens e adolescentes. Por meio da destinação estratégica de verbas financeiras, cabe ao Estado financiar vagas de jovem aprendiz nos locais mais afetados pelo tráfico de drogas, além de investir na educação e em espaços de lazer e cultura. Somente assim, cenários como o exibido em "Cidade de Deus" serão futuramente combatidos no Brasil.