TEMA DE REDAÇÃO – Intolerância: como eliminar tal problema da sociedade brasileira?

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre “INTOLERÂNCIA: como eliminar tal problema da sociedade brasileira?” Apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista.

Texto de apoio: A semana de um intolerante

cartoon sobre intolerância

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/inde27062011.htm

Texto 2: A cada 28 horas um homossexual morre de forma violenta no Brasil

Só em 2015, o Disque 100 recebeu quase 2 mil denúncias de agressões contra gays. Desde o início de 2016, 132 homossexuais já foram assassinados no Brasil.

Estima-se que a cada 28 horas, um homossexual morre de forma violenta no país. Mas não se sabe quantos desses casos tiveram a homofobia como motivação principal. Hoje, se uma pessoa sofrer uma agressão física ou for xingada, pelo simples fato de ser homossexual, ela vai chegar numa delegacia de polícia pra prestar queixa, mas não vai conseguir registrar o caso como homofobia. Porque não existe esse crime na legislação brasileira. A homofobia não é considerada crime, e por isso casos de violência contra homossexuais recebem menos atenção da polícia.

https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2016/06/cada-28-horas-um-homossexual-morre-de-forma-violenta-no-brasil

Texto 3: Dias de intolerância

Confundido com um ladrão em São Paulo, ele foi espancado e só conseguiu escapar depois de dar aula sobre Revolução Francesa a um dos bombeiros que o resgataram.

Da postagem no Facebook da foto de um adolescente negro acorrentado a um poste no Rio de Janeiro até a morte da dona-de-casa Fabiane Maria de Jesus no Guarujá, muitos são os casos de aprisionamentos, espancamentos coletivos e cenas bárbaras que já fizeram vítimas em quase todos os estados do país, contando apenas os noticiados – não há estatística criminal sobre linchamentos no Brasil.

Uma das vítimas foi o professor André, que dá aula de História para cerca de 230 alunos em uma escola pública na periferia da capital paulista.

Apontado como ladrão, acorrentado e brutalmente espancado por dezenas de pessoas, André relatou que o dono do bar assaltado já tinha mandado o filho buscar um facão quando os bombeiros chegaram.

Eu disse que era professor, que estava ali por acaso. Aí um dos bombeiros falou para dar uma aula sobre Revolução Francesa. Foi o que me salvou.”

Só depois de explicar sobre a ascensão da burguesia é que o levaram ao hospital, diz. “Foi algo surreal. Só acreditamos quando chega próximo de nós. Aí você vê que é muito real mesmo, esse ódio das pessoas. Essa brutalidade do ser humano.”

Mesmo assim, foi preso e está em liberdade provisória, já que o dono do bar não retirou a queixa. “Eu estou bem melhor, mas a ferida na alma, a inocência, está perdida.

https://g1.globo.com/politica/dias-de-intolerância/platb/#inicio – Adaptado

Texto 4: Por que as religiões afro-brasileiras são o principal alvo de intolerância no Brasil

Dados compilados pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro (CCIR) mostram que mais de 70% de 1.014 casos de ofensas, abusos e atos violentos registrados no Estado entre 2012 e 2015 são contra praticantes de religiões de matrizes africanas.

O tema ganhou as páginas dos jornais recentemente, em casos como o da menina Kaylane Campos, atingida por uma pedrada na cabeça em junho do ano passado, aos 11 anos, no bairro da Penha, na Zona Norte do Rio, quando voltava para casa de um culto e trajava vestimentas religiosas candomblecistas.

Também em 2015, no mês de novembro, um terreiro de candomblé foi incendiado em Brasília, sem deixar feridos. Na época, a imprensa local já registrara 12 incêndios semelhantes desde o início daquele ano somente no Distrito Federal.

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2016/01/21/por-que-as-religioes-afro-brasileiras-sao-principal-alvo-de-intolerancia-no-brasil.htm

Exemplo de redação

O livro “Annie Frank”, retrata a história de uma garota judia, fugindo do partido nazista. Na trama, ela e sua família sofrem devido à intolerância na Alemanha na segunda Guerra Mundial, sendo obrigados a esconderem-se para sobreviver. Paralelamente, no Brasil, ainda há diversos grupos obstinados, os quais oprimem indivíduos não alinhados a seus padrões. Apesar deles serem uma minoria, ainda há brasileiros prejudicados por isso hodiernamente, tendo medo constante do que poderá acontecer ao saírem de casa. Desta forma, a fim de atenuar os males dessa problemática, convém analisar suas causas e consequências.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar a causa dela sociedade. No livro 1984, de George Orwell, observa-se que o Estado tem grande influência no modo de pensar dos cidadãos, podendo manipula-los para fazerem atrocidades. Nesse cenário, evidencia-se o problema da cultura em massa, pois pode distorcer as convicções dos indivíduos. Isto é, a mente coletiva controla a individual, resultando na submissão desta ao coletivismo. Portanto, nota-se o problema de uma cultura doentia ter reconhecimento, já que ela prevalece contra a concepção particular. Assim, evidencia-se a necessidade de abolir qualquer tipo de doutrina nociva.

Consequentemente, surge contextos históricos adversos. No quadro da família oprimida na época da guerra, houve uma atrocidade gigantesca, que afeta o mundo até os dias atuais: o holocausto. Para combater acontecimentos desumanos como esse, é fundamental reconhece-los, a fim de usa-los como objeto de estudo. Afinal, a história serve para evitar os erros do passado. Então, precisa-se investiga-la, para não deixar isso acontecer novamente. Desta forma, infere-se que tal adversidade causa diversos danos à cultura e à sociedade. No Brasil, faz-se necessário combater os tipos de preconceito, como a homofobia e o racismo. Portanto, deve-se atentar a eles na realidade brasileira, a fim de amenizar suas decorrências.

Frente a tal problemática, urge que o Estado, por meio da mídia, palestras e campanhas, fomente o princípio da tolerância cultural e religiosa, ensinando a população conceitos de ética e moral. Nesse processo, haverá profissionais adequados para explicar os infortúnios da discriminação, citando exemplos históricos. Isso, a fim de amenizar as situações redigidas anteriormente e criar uma população empática e condescendente. Somente assim, perante a essa intervenção concreta, a quantidade de livros retratando eventos distópicos, em breve, diminuirá.

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