Redação - 20211026467294
Na série "Insatiable", é retratada a história de Patty, personagem que sofreu gordofobia, de modo que perde 30 quilos e é aceita como linda. No contraste fictício com a realidade brasileira contemporânea, a gordofobia e o culto ao corpo padrão apresenta-se como uma problemática. Isso ocorre não só pela forte influência midiática sobre os moldes estéticos, mas também pela normalização histórica de atos gordofóbicos. Em primeira análise, o presente domínio dos meios de comunicação em torno de ideais corporais-refletido na veiculação de blogueiras Fitness e dietas da moda-é uma das causas do problema. De acordo com o sociólogo Karl Marx, o pensamento prevalecente em uma sociedade é comumente imposto pela classe dominante. Sob essa lógica, percebe-se que a visão do autor faz-se presente no país, uma vez que os veículos de comunicação de massa, controlados pela classe dominante, pressionam a autocobrança entre indivíduos e, com efeito usuários buscam alcançarem padrões inatingíveis e maléficos à saúde física e mental. Dessa maneira, enquanto houver essa imposição estética, principalmente em redes sociais, a população estará inclinada a realizar prática. Outrossim, a perpetuação ao longo de décadas dos esteriótipos de tal preconceito, os quais são transferidos de gerações, contribuem para existência da questão. Conforme a filósofa judia Hannah Arendt, em sua teoria da "Banalidade do Mal", a postura preconceituosa passa a ser realizada inconscientemente quando os indivíduos naturalizam a prática. Com base nisso, nota-se que a teoria da filósofa caracteriza o cenário vigente, já que a sociedade segue punindo as pessoas que não representam esse retrato de beleza imposto, o que, por conseguinte, causa impactos físicos e psicológicos as vítimas que são motivo de preconceitos e piadas. Dessa forma, faz-se necessária a correção da postura social em relação à conduta gordofóbica. Infere-se, portanto, que a temática de gordofobia e o culto ao corpo padrão aclama medidas exequíveis para elucidar o tema. Logo, o Ministério da Saúde, cuja função é o bem-estar da população, deve em conjunto com aparelhos midiáticos, promover através de propagandas de televisão e em redes sociais, a abordagem dos perigos que a obsessão estética traz à saúde, a fim de apresentar uma postura consciente ao público. Além disso, o Ministério da Saúde, deve também executar projetos educativos nas escolas, por meio de debates sobre o assunto e propostas interventoras junto aos adolescentes e jovens, grupo mais afetado pela causa, com o intuito de isolar casos como o de Paty somente às produções cinematográficas.
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