Aleijadinho, importante escultor brasileiro do século XVIII e portador de uma doença que restringia seus movimentos, marcou a história do Brasil com sua arte e com seu talento. Atualmente, mesmo com o conhecimento sobre a vida do arquiteto e a nocividade das dificuldades impostas, ainda vê-se um vil problema persistir: o preconceito contra a arte e sua infame elitização. Assim, em razão da marginalização das artes periféricas e do descaso social, nota-se esse imbróglio gerar nocivos danos à população.
Convém, primordialmente, ressaltar a elitização das obras como fomentadora do preconceito contra a aceitação de patrimônios segregados. Nesse sentido, é nítido que a visibilidade da arte depende da propagação a todo o corpo social, como pela exposição em museus ou em espaços públicos, por exemplo. Todavia, o ENEM (Exame Nacional Do Ensino Médio), em 2019, questionou os critérios para criação de um acervo cultural em uma de suas questões, ao expor uma arte chilena com a legenda: ´´nossa cultura não cabe em seus museus``. Essa afirmação, ao evidenciar a segregação gerada pelos museus, expõe a elitização da arte e suas consequências, como a exclusão de grupos sociais e a perpetuação de preconceitos contra sua cultura.
Ademais, cabe salientar o descaso da população, fruto da marginalização supradita, como um funeesto impasse para a superação do preconceito contra as diversas formas de arte no país. Certamente, a representação dos povos por meio da arte assegura sua identificação, entretanto, ao analisar o Brasil, vê-se o estigma associado às demais culturas, como a indígena, por exemplo. Diante disso, a inércia popular remete à continuidade do problema, de modo que as classes sociais mais ricas compõem mais de 82% dos visitantes de museus no país, segundo o site Agência Brasil. Consequentemente, as culturas desvalorizadas socialmente mantêm-se exclusas, de modo a ultrajar violentamente a sua existência e expor a necessidade de enfretamento desse embate
Ficam evidentes, portanto, as nocividades da elitilização artística e seus preconceitos associados. Logo, urge que o Ministério Da Educação, por meio de simpósios e debates feitos nas escolas, por ora de maneira virtual, exponha a pluralidade da cultura, uma vez retratada a miscigenação do povo brasileiro, a fim de demonstrar a futilidade dos preconceitos existentes. Dessa maneira, poder-se-á, por intermédio do debate sobre o tema, fomentar a exposição das identidades sociais, para assim, amenizar a mazela e construir um legado do qual Aleijadinho se orgulharia.