Pep Guardiola, técnico de futebol catalão, defende que ele é um “ladrão” de ideias, pois o mesmo usa ideias de seus adversários para orientar seu time multicampeão. Nesse viés, vale destacar que, atualmente, no Brasil, vemos um aumento nos casos de plágio, cópia sem autorização, impulsionado principalmente pela internet. Tendo isso em vista, é imprescindível que se discuta não só nosso sistema escolar como fomentador do plágio na internet, como também a retroalimentação negativa, devido também ao plágio na internet.
Em primeira análise, é válido ressaltar que o sistema escolar brasileiro é baseado em repetições, memorizações de determinado conteúdo e repetição dele em uma prova de múltipla escolha, que avaliará o suposto aprendizado do estudante. Nesse sentido, o plágio, potencializado pelo acesso infinito a conteúdos proporcionado pela internet, torna-se uma prática comum, visto que é uma forma rápida de fraudar esse sistema. Assim, tal conjuntura evidencia que os estudantes brasileiros, inseridos nesse sistema de memorização e repetição, são mais propensos ao plágio e, devido a isso, não conseguem aprender adequadamente.
Concomitantemente a isso, é indubitável salientar que a pesquisa acadêmica brasileira, que já convive com uma série de cortes financeiros, está em um ciclo de repetições. Segundo estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 46% das retratações de artigos científicos foram por plágio. Sob tal ótica, essa realidade evidencia que a pesquisa no Brasil está baseada em repetições plagiadas e não consegue produzir avanços.
Por tudo isso, fazem-se necessárias medidas para amenizar tal problemática. Para tanto, urge que o Governo Federal, por meio do MEC, elabore um novo currículo escolar, a fim de erradicar o sistema de memorização e repetição que fomenta o plágio nas escolas. Ademais, é imperioso que o Governo Federal, através da criação de um novo imposto, injete dinheiro na pesquisa no Brasil, com intuito de remunerar adequadamente pesquisadores, evitar a retroalimentação negativa das pesquisas e produzir avanços científicos. Assim, talvez, poder-se-á construir uma sociedade que se inspira nos ideais alheios, sem os plagiar, para melhorar, como praticado por Guardiola.