Nelson Mandela, exímio ativista africano, aponta que a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo. Entretanto, em um cenário brasileiro hodierno, a máxima de Mandela não é levada em consideração, perpetuando uma sociedade tradicional com a injustiça enraizada. Tal fato é observado pelos desafios ainda existentes na ingressão dos estudantes de escola pública no ensino superior. Sob este viés, devem ser analisados os alicerces que sustentam essa situação, a citar, a ineficácia da Constituição do Brasil, bem como a desigualdade social.
Em primeira análise, a ineficiência dos princípios da Carta Magna pode ser um considerada um empecilho à resolução da problemática. De acordo com Gilberto Dimenstein – autor do livro “Cidadão de Papel” -, há um grande descompasso entre as leis postuladas brasileiras e as suas práticas. Prova disso, é a escassez de ações governamentais para o cumprimento do Artigo 6º da Constituição Federal – o qual assegura a educação como um direito. Isso é perceptível, seja pelas poucas vagas disponibilizadas para o ensino superior, seja pela ausência de cursos preparatórios gratuitos para a inserção na faculdade. Dessa maneira, fica claro que esse descompromisso com as postulações federais é um nefasto obstáculo a ser enfrentado.
Outrossim, o descompasso social é um impasse à resolução da problemática. Em consonância com Ariano Suassuna, escritor brasileiro, a injustiça secular dilacera o Brasil em dois países distintos: o dos privilegiados e o dos despossuídos. Posto isto, por mais que a educação pública seja um direito de todos, é indiscutível que, ao observar o ensino fundamental e médio, infere-se que esta é ocupada, em sua maioria, por sujeitos da classe dos despossuídos. Em contrapartida, as instituições privadas, as quais visam toda a sua didática à ingressão dos estudantes nas faculdades, acolhem as pessoas de grupos mais privilegiados. Nessa perspectiva, em decorrência da desigualdade social – haja vista que os discentes privilegiados têm uma melhor preparação do que os despossuídos-, as poucas vagas existentes não são alcançadas pelos estudantes de escola pública.
Portanto, faz-se imprescindível que o Estado – responsável pelo bem-estar da população-, cesse este desafio, por meio do envio de verba para educação brasileira, com o intuito de ampliar as possiblidades da ingressão dos estudantes das escolas públicas na faculdade. Assim, os dizeres de Nelson Mandela serão honrados.