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TEMA DE REDAÇÃO – Desafios dos estudantes da escola pública no ensino superior

TEMA DE REDAÇÃO – Desafios dos estudantes da escola pública no ensino superior

Os estudantes de escola pública, no Brasil, enfrentam dificuldades não apenas para entrar na universidade, mas também após ingressarem nela. Os desafios encontrados por eles são muitos, principalmente em universidades públicas.

Leia os textos motivadores a seguir e, com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Desafios dos estudantes da escola pública no ensino superior”.

TEXTO 1 

Mapa do Ensino Superior aponta maioria feminina e branca 

O estudante das instituições de ensino superior brasileiras têm um perfil bastante claro: é branco, do sexo feminino, com idade entre 19 e 24 anos, estuda em instituições privadas à noite, fez o ensino médio em escola pública, mora com os pais e tem de trabalhar para ter uma renda de até dois salários mínimos.

Tanto nas instituições de ensino superior públicas como nas privadas, a maior parte dos alunos é proveniente do ensino médio público. No caso do ensino superior privado, 68,5% dos alunos vieram do ensino médio público e 31,5% do privado. Já nas instituições de ensino superior público, 60,1% veio do ensino médio público; e 39,9% do ensino médio privado.

É o que mostra o Mapa do Ensino Superior no Brasil 2020, divulgado hoje (21) pelo Instituto Semesp. O instituto é ligado ao Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior de todo o Brasil.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2020-05/mapa-do-ensino-superior-aponta-para-maioria-feminina-e-branca

TEXTO 2

Os desafios do aluno da rede pública no ensino superior

É inegável que estamos avançando, ainda que não na velocidade ideal, em relação ao aumento da representatividade de alunos oriundos da rede pública no ensino superior, especialmente nas universidades públicas. Sabemos também o quanto o caminho de ingresso deles é árduo e repleto de desafios. Porém, pouco se fala sobre o que acontece quando ingressam na universidade.

Os desafios continuam? Estarão em pé de equidade com seus colegas oriundos da rede privada? Terão suas demandas representadas e consideradas por seus professores?

Infelizmente, o modelo atual de ensino na rede pública não instiga o estudante a ser um agente ativo no processo de aprendizagem. Já na universidade, ou ele é ativo ou haverá uma grande chance de reprovar nas disciplinas. No entanto, a adaptação não é assim tão fácil e, geralmente, leva um tempo para encontrar a forma ideal de estudar. “Nossa, assim que entrei tomei um susto, reprovei em quase 50% das matérias”, diz uma estudante de matemática da Unesp.

Somado a isso, enfrentam outra dificuldade: a expectativa dos professores em relação a assuntos que supõem que todos os discentes já saibam. Essa expectativa foi um grande desafio para Geovanna, estudante da Ufscar, como dito por ela: “Acho que uma dificuldade que tive foi que vi que várias pessoas da minha turma sabiam bastante de matérias do ensino médio e muitas dessas matérias são base para estudar outras coisas e eu costumava ficar sem saber algumas vezes coisas básicas nos exercícios e atividades”.

É quase como se os professores universitários não soubessem como são as escolas públicas atuais e ainda não estivessem preparados para o novo público que está tomando conta das universidades. Essa expectativa irreal não se resume aos conteúdos, mas também se manifesta de outras formas.

Daiane foi aprovada em Direito na USP, e o curso é integral, mas, diferentemente da maioria dos seus colegas, ela também tem outras responsabilidades, como tarefas domésticas. “Eu sinto que os outros estudantes têm muito mais tempo do que eu. Eles sempre leem mais textos, como se não precisassem fazer as mesmas coisas que eu. Cada aula é um baque, e você se sente inferior intelectualmente aos demais”. Ela continua: “Entrei em uma aula, e o professor perguntou se todos tinham lido o texto. A maioria disse que sim, e o professor disse que era um texto tão simples e que dava para ler no almoço, mas na hora do almoço eu faço a comida e arrumo a cozinha. Daí começo a me cobrar e me sentir culpada por meus colegas conseguirem e eu não.”

As dificuldades não se resumem somente às diferenças em relação à disponibilidade de tempo. “E já no primeiro semestre os professores passaram livros em inglês que sequer tinham tradução. Isso porque umas dez pessoas de uma turma de 40 falaram que dava para ler, a grande parte que não sabe fica com vergonha ou se sente mal em dizer que não sabe e não consegue”, disse Geovanna, estudante de Direito na UERN.

Fonte: https://www.dw.com/pt-br/os-desafios-do-aluno-da-rede-p%C3%BAblica-no-ensino-superior/a-57684531

TEXTO 3

Dificuldades enfrentadas na vida acadêmica 

O estranhamento institucional é vivenciado nos primeiros anos da vida universitária; é uma espécie de transição da cultura escolar à cultura universitária. Como bem coloca o aluno, “no 1º ano da universidade senti muita dificuldade, faltava informação de questões fundamentais como acesso a biblioteca, como fazer a busca, a pesquisa em livros, etc.” Esse depoimento reafirma as questões anteriormente expostas, de que o ingresso no ambiente universitário é marcado por uma ruptura em relação aos graus anteriores de escolaridade. Esse aluno faz parte de uma nova dinâmica, de um novo status social que o diferencia dos demais: “Nem tudo é fácil, a gente vai se adaptando”. 

Conciliar estudos e trabalho é uma das dificuldades apontadas que desmotivam os estudantes. É consenso entre os estudantes que trabalham que o maior inconveniente é a falta de tempo para ler os textos, preparar os trabalhos, estudar para as provas e envolver-se nas atividades internas da universidade. Enfrentar horas de deslocamento da residência ou do trabalho até a universidade também contribui na falta de concentração: “Minha maior dificuldade é com a locomoção. Levo uma hora para ir da minha casa a universidade”.Essa situação é enfrentada tanto pelos estudantes que moram em bairros da cidade como de Municípios vizinhos que vão à universidade todos os dias.

Fonte: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/16175_9324.pdf

EXEMPLO

Segundo pesquisas do Semesp, setor do Ministério da Educação responsável por pesquisas especializadas na área educacional, cerca de 60% dos alunos matriculados em instituições de ensino superior são provenientes de escolas públicas. Diante disso, os discentes enfrentam problemáticas como a divergência metodologica de ensino, falta de domínio de línguas estrangeiras e todas as consequências atreladas às pessoas com maior dificuldade financeira no Brasil. De acordo com o filósofo e pedagogo Paulo Freire, a educação ativa faz com que o estudante seja um agente modificador e atuante na sua realidade. Nesse sentido, a divergência de estudo passivo fornecido na rede pública de ensino fundamental e médio choca com o estudo ativo das faculdades brasileiras. O estudante de escola pública ao ter contato com o ensino superior, têm muita dificuldade em acompanhar o ritmo universitário se comparado aos alunos provenientes do ensino privado, que são preparados para estudos ativos e participativos desde seus ensinos de base.

Somando-se a isso, a ausência da introdução de línguas estrangeiras como inglês e espanhol, é um fator agravante para o acesso a artigos científicos disponibilizados pelas faculdades. Além disso, estudantes provenientes de escolas públicas tem uma demanta totalmente diferente de quem teve acesso a educação privada, as demandas socioeconômicas são fatores determinantes para o distanciamento e aproveitamento entre esses dois tipos de estudante no ensino superior. Alunos de baixa renda, além das divergências de ensino, se deparam com dificuldade de transporte para as faculdades, demanda menor de tempo por afazeres domésticos, ajuda de familiares, entre outros.

Diante disso, é de suma importância que o Governo adeque o ensino de escolas públicas tornando o estudo mais ativo e participativo, com objetivo diminuir o estranhamento e preparar os estudantes para o ingresso nas faculdades. Nesse sentido, a introdução de línguas estrangeiras desde os ensinos de base é de extrema importância, a finalidade é que os estudantes ao adrentarem no ensino superior já estejam habituados ao contato de artigos científicos em outros idiomas. Por fim, uma preparação dos docentes univeritários deve ser proporcinada pelo Estado, visando uma flexibilização e adequação de ensino, reconhecendo e respeitando as demandas individuais de cada aluno. Sendo assim, futuramente os estudantes ao adentrarem no ensino superior terão base e metodologia compatível aos alunos de rede privada, além de não serem prejudicados devidos suas condições socieconômicas.