A produção científica esteve ameaçada diversas vezes na história da humanidade, como durante a Inquisição Católica - episódio em que a Igreja chegou a perseguir Galileu Galilei por apresentar ideias que iam de encontro com os dogmas da instituição. No entanto, no Brasil contemporâneo, o progresso da ciência é ameaçado por sucessivos cortes de verbas que prejudicam a produção e o avanço da sociedade.
Nos últimos dois anos, em decorrência da pandemia do Coronavírus, a importância dos pesquisadores se tornou mais evidente. Em contrapartida, segundo dados levantados pelo Jornal da USP, o orçamento reservado à pesquisa científica no Brasil em 2020 foi o menor desde 2005, revelando que um dos maiores desafios para esta produção é a falta de investimento público. Isto é, além de lidar com as dificuldades típicas de sua ocupação, os pesquisadores brasileiros enfrentam a falta de verbas e atrasos em suas bolsas de pesquisa.
Além da insegurança financeira, estes profissionais lidam com a desconfiança acerca de seu trabalho e sua importância; dados da Revista Piauí divulgam que um em cada três brasileiros não confia nos cientistas do país. No entanto, ainda segundo a Revista Piauí, países mais desenvolvidos economicamente também são aqueles que mais investem no setor da produção científica e cuja população acredita que este dinheiro é bem investido. Ou seja, temos no Brasil um grande contingente de cientistas mal pagos e desvalorizados que podem buscar oportunidades nestes outros lugares, causando uma grande fuga de cérebros.
Deste modo, faz-se fundamental tanto um maior investimento na produção científica quanto uma maior valorização dos cientistas nacionais por parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, visando atenuar os desafios enfrentados por estes profissionais através de maior infraestrutura e maior capacidade de desenvolver avanços tecnológicos. Assim, o Brasil poderá sair do obscurantismo que permeia a Ciência e seguir rumo ao progresso estimulado por gênios como Galileu durante o Renascimento Científico.