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TEMA DE REDAÇÃO – Consumismo e publicidade excessiva na internet

Não é de hoje que o consumismo levanta uma série de problemáticas em nossa sociedade. Com a criação da internet, esse problema se intensificou devido à publicidade excessiva nas redes sociais e sites que acessamos. Afinal, a tentação agora é muito maior: com apenas um clique é possível comprar um produto que parece perfeito para nós.

Leia os textos motivadores a seguir e, com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Consumismo e publicidade excessiva na internet”.

TEXTO 1

CONSUMIDOR E REDES SOCIAIS: A NOVA DIMENSÃO DO CONSUMISMO NO ESPAÇO VIRTUAL

“Ao mesmo tempo em que as redes sociais instigam e aumentam o consumismo, influenciando mercados de consumo de maneira negativa, aparece, também, como um novo local de fala ao consumidor, como um novo ambiente onde ele possa ser ouvido e onde acaba por produzir um discurso de poder.

O consumo é próprio do ser humano, necessário e intrínseco. Nada mais é do que a aquisição daquilo que lhe é essencial, para a manutenção de uma vida digna e confortável. Feito dia após dia, é parte indissociável do ser humano. Ocorre que o termo consumismo pode ser conceituado de diversas formas, dentre elas, como o ato de adquirir bens ou serviços desnecessários, supérfluos, não essenciais, ou por mero prazer ou vontade e satisfação pessoal. 

O desenvolvimento da Internet e, posteriormente, das redes sociais, alterou de maneira drástica a forma de consumir. O alto fluxo informacional que se apresenta nos dias atuais, por meio de aparelhos eletrônicos, possibilitou uma maior facilidade e rapidez no momento da escolha e da compra, fez com que o mercado de consumo global se transformasse.”

Fonte: https://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/RPensam-Jur_v.14_n.1.10.pdf

TEXTO 2

Uso acrítico das redes sociais pode levar a manipulação de consumo e massificação de gostos

Não é uma novidade que as redes sociais afetam o comportamento de quem as consomem. Inclusive, diversos estudos já comprovam que o uso exagerado e alienado à realidade pode trazer inúmeros prejuízos não apenas emocionais como físicos.

Um exemplo é a pesquisa realizada pela Royal Society for Public Health, no Reino Unido em parceria com o Movimento de Saúde Jovem que constatou que o Instagram é uma das redes sociais mais nocivas do mundo, afetando o sono, a autoimagem e a percepção de acontecimentos. Facebook e Snapchat vieram logo em seguida.

O filósofo, escritor e estudioso do tema, Fabiano de Abreu aponta que a vida nas redes se assemelha a uma encenação, onde a ostentação e a venda de uma vida perfeita levam à manipulação dos usuários. “As redes sociais engoliram de vez a mídia televisiva, e a tendência é que engula as pessoas também, em especial pela característica de controle e influência onde modas temporárias de vestimenta, consumo e comportamento se tornam referência mundial rapidamente”, analisa.

Um exemplo de consequência que migra das redes para a vida real é o consumismo exagerado, que tem como principal aliado a base de dados que dita o comportamento dos usuários. “Sofremos devido ao bombardeamento de propagandas de empresas que nos conhecem extremamente bem. Eles possuem todos os nossos dados e com os nossos desejos em mão, nos oferecem constantemente, mais e mais opções para que possamos comprar, comprar e comprar”, aponta Fabiano de Abreu.

Além de provocar a impulsividade, esse consumismo pode levar ao endividamento, já que a vida financeira está baseada não no que se precisa, mas na ansiedade de consumir o que as redes dizem que você precisa. “Tem muita gente passando por uma crise horrível, mas não perde a oportunidade de ostentar vida boa nas redes sociais. Esses são exemplos de indivíduos que já estão imensamente embaraçados na trama toda e que se tornaram peças facilmente manipuláveis das redes”, aponta.

Consumir por gosto ou por influência?

A era das redes sociais também levanta a pauta dos gostos pessoais, já que estes podem ser apenas um reflexo do que se consome nos aplicativos e não um resultado da personalidade. “O que você veste condiz com quem você é? O fast-fashion é o melhor exemplo sobre padronização de gostos. A moda chega mais rápido ao consumidor final e nas redes sociais elas funcionam como uma espécie de cartel que monopoliza o que será tendência para os próximos meses e todo mundo usa a mesma coisa”, reflete o filósofo.

E não é apenas o consumismo de bens que as redes podem influenciar. De acordo com Fabiano de Abreu músicas também podem seguir a mesma lógica. “Hoje em dia existem os hits comerciais que viram sucesso em questão de minutos, basta encaminhar em massa para aplicativos de mensagens ou redes sociais. Passamos a viver como se todos tivessem que cantar e escutar os mesmos estilos musicais para pertencer a um grupo”, aponta.

Porém, mais que a massificação de gostos, a preocupação do escritor é quanto a apatia do indivíduo que não dá um tempo para refletir sobre seus consumos e preferências. “O mais preocupante é que desde que o mundo é mundo seguimos aceitando ser manipulados como uma máquina e de uns tempos para cá, essa manipulação ficou mais evidente. Mesmo que inconscientemente entramos em um sistema de influência, no qual os gestores das plataformas digitais e da mídia em geral são responsáveis por selecionar e filtrar o que será consumido pela grande massa. São eles quem determinam o padrão a ser seguido”, preocupa-se Fabiano.

Segundo Fabiano, isso é um sinal de que a estratégia da indústria está sendo efetiva. A publicidade é construída para manipular o indivíduo a pensar que é ele quem escolhe o que está consumindo, sejam informações ou bens. “Já se deu conta que quando você pega o seu celular só aparecem as coisas que, ou você acabou de pesquisar no Google ou que se tornou viral e todos estão vendo? Ou seja, as informações são selecionadas e apresentadas a partir das pesquisas que fazemos e do que a massa está vendo”, defende.

O que para muitos parece uma facilidade ou até mesmo uma demonstração de eficiência da internet, é na verdade apenas uma manipulação de rede. “Alguns ficam cismados e percebem a forte manipulação e a influência que sofrem. Mas apenas uma minoria entende que as grandes potências mundiais estão no controle de praticamente tudo e possuem o máximo poder. Elas têm todas as informações sobre nós, assim como os dados necessários para estabelecerem uma real influência e controle sobre o que vamos consumir, principalmente sobre as notícias que serão divulgadas”, analisa Fabiano.

Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/01/15/uso-acritico-das-redes-sociais-pode-levar-a-manipulacao-de-consumo-e-massificacao-de-gostos/

TEXTO 3

Mafalda está olhando para uma televisão e exclamando: "use", "compre", "beba", "coma", "prove"! Ei, o que eles pensam que nós somos? Mafalda, com expressão triste, senta em um sofá verde e pensa: "E o que nós somos?" Mafalda volta a olhar para a televisão e pensa: "Os malditos sabem que nós ainda não sabemos". Cartum de Quino.
Tira do quadrinho Mafalda sobre consumismo.

EXEMPLO

Machado de Assis, renomado escritor da sociedade brasileira, trouxe em sua obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas” o enredo em que o defunto autor disserta sobre os acontecimentos da sua vida e nela cita a famosa frase: “não tive filhos, logo não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria”. Nesse viés, ao ser feita uma análise imperiosa do pensamento machadiano, depreende-se uma crítica ao cenário brasileiro. Análogo a tal observância, denota-se congruências no que se diz respeito ao consumismo e publicidade excessiva na internet. Nesse sentido, infere-se como propulsores do problema: a má influência midiática, bem como o consumismo.

A priori, a má influência midiática apresenta-se como fator determinante na presença do problema. Sob essas circunstâncias, ao ser feita uma retomada histórica, tem-se a Revolução Técnico-científica, datada no século XIX, que trouxe inovações tecnológicas de forma global e proporcionou, principalmente ás grandes empresas, um maior alcance dos seus produtos. Todavia, tais transformações modificaram como a sociedade usufrui desses bens, pois com a publicidade dos mesmos sempre tão presentes, as pessoas recebem um carga densa de influência para compras de forma exagerada, aumentando o consumismo. Diante disso, conforme Pierre Bourdieu, o que foi feito para ser instrumento de democracia, não deve ser convertido em mecanismo de opressão. Nessa perspectiva, pode-se observar que a mídia, em vez de promover debates que elevem o nível de informação da população, influencia na consolidação do problema.

Outrossim, o consumismo é visto como coadjuvante da tribulação. Não obstante, atualmente o indivíduo busca estar inserido em um meio que ele não seja diferente dos demais, promovendo assim, um consumismo excessivo, como artigos de vestimentas, carros, produtos para casa e outros. Similarmente, o universo digital facilita na obtenção de produtos por funcionar de forma rápida e com as mais variadas opções. Nesse sentido, o conceito de “sociedade de consumo” se torna bastante útil, pois é um termo utilizado para designar a sociedade que se caracteriza pelo consumo massivo, uma causa latente na questão do consumismo e publicidade excessiva na internet. Platão contribui para a discussão ao definir que o amor (Eros) era o desejo por aquilo que não se tem. Com isso, percebe-se uma analogia entre o amor platônico e consumismo, que tanto prejudica a sociedade.

Portanto, especialistas no assunto, com o apoio de ONGs também especializadas, devem desenvolver ações que revertam a situação, tais ações devem ocorrer nas redes sociais, por meio da produção de vídeos que alertem sobre as reais condições da questão, é possível também criar uma “hashtag” para identificar a campanha e ganhar mais visibilidade a fim de conscientizar a população sobre as consequências da má influência midiática. Ademais, é preciso que o Ministério da Educação, em parceria com escolas, elaborem cartilhas sobre o consumismo que devem ser disponibilizados por grandes centros urbanos e na internet, utilizando papel reciclável para impressão, com o fito de abordar sobre o problema da publicidade e o consumismo na internet e sugerir métodos alternativos de consumo, que não intensifiquem a questão.