Redação sobre Consequências do extrativismo ilegal no Brasil - 20220804959007
No preâmbulo da Carta Magna brasileira, definiu-se o Estado Democrático como imprescindível ao exercício da cidadania. Hodiernamente, contudo, a prevalente coleta irregular de recursos minerais, por exemplo, configura uma realidade à margem da democracia. Nesse viés, o extrativismo ilegal, no Brasil, representa ainda enormes desafios. Pode-se dizer, então, que a inércia estatal e o individualismo do empresariado são os principais responsáveis pelo quadro.
Primeiramente, ressalta-se a inoperância governamental para combater a precária fiscalização ambiental. Segundo o pensamento hobbesiano, o Estado é encarregado de garantir a estabilidade social, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à negligência das autoridades, de acordo o jornal "O Globo", a defasagem dos órgãos reguladores, em 2016, permitiu que minério de ferro fosse extraído ilicitamente. Dessa forma, geram-se condições desfavoráveis às práticas ecologicamente corretas, e os direitos mais básicos normatizados em lei, como o direito à proteção da natureza, são ameaçados.
Outrossim, a exclusiva ambição por lucro é parte elementar do problema. Acerca disso, destaca-se um princípio ético fundamental da filosofia de Eric Voegelin, do qual se deduz que o egocentrismo prejudica a conservação da prosperidade coletiva. Em análise realizada pela revista "Exame", verificou-se que, nos últimos anos, fundos imobiliários, visando somente o enriquecimento, incentivaram o extrativismo ilegal ao financiarem associações clandestinas de seringueiros, atendendo à demanda dos sócios investidores. Logo, desrespeita-se, em nome de interesses individuais, uma importante noção da metafísica voegeliana, amplamente aceita, que harmoniza os vínculos humanos. Dessarte, o bem grupal padece sob o jugo do egoísmo.
Portanto, são necessárias medidas capazes de restabelecer a ordem democrática. Cabe ao governo federal atuar em favor da população, mediante a gênese de leis que coíbam o extrativismo criminoso, a fim de assegurar proteção às reservas minerais. Ademais, o corpo social deve pressionar os empresários a descontinuarem os projetos promotores de ilicitudes ambientais, por meio de atos educativos e campanhas de mobilização em locais públicos, com a distribuição de cartilhas informativas, no intuito de viabilizar a austeridade e o progresso pátrio. Assim, obter-se-ão os requisitos indispensáveis para a restauração da soberania civil.