Karl Marx, filósofo e economista alemão, defendia a religião como um fator alienante como um ópio do povo. Nesse viés, vale destacar que, apesar de ser uma manifestação cultural válida, a religião cristã está concentrada nas mãos de uma elite que a utiliza em benefício próprio. Tendo isso em vista, é imprescindível que se discuta não só não só as péssimas condições de vida que propiciam a fácil manipulação do povo, como também o status de elite de certos líderes e a impunibilidade decorrente dele.
Em primeira análise, é válido ressaltar que o charlatanismo está historicamente enraizado no cerne da religião cristã, vindo desde a Idade Média, com as indulgências vendidas para peregrinos no caminho de Roma. Nesse sentido, a base da religião cristã tem sido aproveitar-se de momentos conturbados da História para lucrar com a venda de soluções mágicas, justamente para populações ameaçadas por tais conturbações. Assim, tal conjuntura evidencia que o charlatanismo e o estelionato religioso são plausíveis para uma parcela da população desesperada e suscetível a acreditar em milagres, muitas vezes disposta a pagar por eles.
Concomitantemente a isso, é indubitável ressaltar que muitos líderes religiosos ascendem a um status de elite, seja ela política ou econômica, devido a suas práticas ilegais de charlatanismo e estelionato religioso. Outrossim, muitas vezes esses líderes são denunciados e o poder público nada faz, pois tais líderes são parte do poder público. Sob tal ótica, essa realidade esclarece que o status de elite caminha de mãos dadas com um pressuposto de impunibilidade.
Por tudo isso, fazem-se necessárias medidas para combater a problemática. Para tanto, urge que o Governo Federal, através de incentivos econômicos, amplie o poder aquisitivo e a qualidade de vida de sua população, a fim de torna-la menos suscetível ao charlatanismo. Ademais, é imperioso que o Governo Federal, através da Polícia Federal e do Poder Judiciário, abra investigações para coletar provas e punir líderes religiosos charlatões, independentemente de seu status social, a fim de quebrar a atual sensação de impunibilidade. Assim, talvez, poder-se-á contrariar Marx e gestar uma sociedade independente da religião como fator alienante, tendo ela apenas como uma manifestação cultural.