Estratificação social é o processo de classificação da sociedade a qual enumera-a conforme sua condição socioeconômica. Indubitavelmente, a partir desse processo, as classes menos favorecidas do país são afastadas e despercebidas dos grandes centros urbanos, a qual acelera o processo de camarotização da sociedade atual. Diante disso, convém analisar as causas e as consequências desse embate para uma sociedade que deveria ser marcada pela igualdade.
De início, cabe analisar os empecilhos que o discernimento governamental pode causar ao público vigente. De acordo com a Constituição Federal de 1988, é dever do Estado assegurar a todos os cidadãos o acesso à igualdade. Entretanto, percebe-se que isso não ocorre quando a camarotização de diversos espetáculos e de eventos culturais não possuem total relevância na prática. Com isso, essas parcelas do país tendem a conviver com as mazelas da pobreza e a sofrerem com uma série de questionamentos e difamações. Desse modo, evidenciam-se ainda mais as consequências da falta de apoio institucional atual.
Consequentemente, o que parece se destacar mais é a estagnação dos direitos sociais. Indubitavelmente, é notório que, com o processo de globalização, estados e empresas adequaram-se aos novos meios informacionais e, consoante, as novas maneiras de exaltação dos movimentos culturais. Em contrapartida, o círculo vicioso do "estar" em determinados lugares em detrimento do "ter" tornou-se evidente. Exemplo disso, são os altos custos financeiros para apreciar um desfile de samba no Brasil e os jogos olímpicos em um estágio de futebol. Desse maneira, moldar esse quadro é um dever das representações contemporâneas.
Infere-se, portanto, que, apesar de crucial, a camarotização das classes brasileiras faz-se presente no Brasil. Sendo assim, o Poder Legislativo, como criador das leis que regem a sociedade, em parceria com o Ministério da Cultura, deve promover mecanismos de proteção para o público vigente, por meio da criação e da disseminação de projetos sociais nas instituições de ensino, a qual deverá contemplar o valor das pautas que ampliem a promulgação da cidadania e do bem comum, tais como a inserção de reuniões e de eventos culturais nas áreas que vivem sob o repúdio da pobreza, como o Projovem e o Projeto Vida, para que, nesse sentido, seja possível observar uma comunidade livre de eventos que privem a disseminação de manifestações em massa e a a formação de elites em pleno século XXI.