TEMA DE REDAÇÃO – A MULHER E A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

A MULHER E A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Analise os textos abaixo e crie um texto dissertativo-argumentativo sobre A mulher e a sociedade contemporânea.

TEXTO I

(…)Para a socióloga do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, Joluzia Batista, os números mostram que a norma, de 2009, que obriga os partidos a destinarem 30%, no mínimo, das candidaturas às mulheres não tem sido cumprida. Ela defende adoção da lista alternada: 50% das candidaturas para homens e a outra metade para as mulheres, além da reforma política. (…) O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TST), ministro Marco Aurélio Mello, ressalta que as mulheres ainda não estão presentes na política como deveriam. ͞

Infelizmente, nós estamos em um país machista e a mulher acaba não participando, em termos de candidatura, como ela deveria participar.͟A participação feminina na política é antiga. Há 50 anos, quando foi instalada a ditadura militar no país, elas posicionaram-se contra. A militante Maria Amélia Teles foi uma das primeiras a combater o regime. Ela foi presa junto com o marido, a irmã grávida e os dois filhos. Hoje, integra a Comissão da Verdade de São Paulo e relembra o período. (…) Danyele Soares. Agência Brasil, 8 mar. 2014. 

TEXTO II

Pela primeira vez desde 2007, a diferença entre a renda mensal média de homens e mulheres no Brasil ampliou-se em 2012. É o que indica a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira. O salário das mulheres correspondeu a 72,9% do redimento masculino no ano passado. Em 2011, essa proporção era de 73,7%. Ou seja, a diferença era levemente menor. A útima vez que a diferença entre os gêneros se ampliou foi há seis anos, quando a proporção ficou em 71,4%, ante 71,6% de 2006. A renda média mensal masculina no ano passado foi de 1 698,00 reais, e das mulheres, de 1 238,00 reais. ja.abril.com.br/noticia/economia/diferenca-salarial-entre-homens-e-mulheres-se-amplia-mostra-pnad Em 27/09/2013 

TEXTO III

A Polícia Civil de São Paulo está investigando a ação de criminosos que, além de assediar mulheres no transporte público, filmam, fotografam e divulgam imagens na internet. Até o dia 20 de março, foram presos 17 suspeitos de abuso no Metrô e nos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O crime, conhecido como “frotteurismo” (ato de se esfregar em outra pessoa), é chamado nas comunidades virtuais investigadas pelos termos “encoxadas” e “encoxadores”. Para praticar o delito, homens usam telefones celulares, máquinas fotográficas e até microcâmeras escondidas para registrar o próprio abuso contra vítimas dentro de ônibus ou de vagões e plataformas lotados do Metrô e da CPTM. O objetivo é encostar na vítima, principalmente nas nádegas ou nos seios, ou exibir o órgão sexual masculino. http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/04/apos-polemica-metro-de-sp-lanca-campanha-contra-assediosexual.html

Exemplo A MULHER E A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

A poetisa brasileira Nísia Floresta – pioneira da educação feminina no Brasil – trouxe significativos avanços à emancipação da figura femina, em pleno século XIX, ao inaugurar a primeira escola que ofereceu uma educação às mulheres equiparada com a dos colégios masculinos tradicionais. Contudo, verifica-se que apesar dos ganhos promovidos por Nísia, as mulheres ainda se deparam com inúmeros desafios na sociedade contemporânea, como uma cultura patriarcal limitadora e a dificuldade na inserção em atividades políticas. Diante disso, faz-se premente um amplo debate sobre o assunto.

A priori, cabe enfatizar que há arraigado no contexto social brasileiro um sério problema: uma cultura machista e patriarcal. Essa problemática possui raízes históricas na estrutura social da Europa absolutista do século XVI, sendo trazida pelos portugueses no processo de colonização. Hodiernamente, as mulheres do Brasil contemporâneo sofrem com a expressão coletiva dessa cultura, razão pela qual, infelizmente, são subjugadas e vistas como incapazes exercer ofícios que não os cuidados com os filhos e com o lar. Ademais, é valido ressaltar que a figura feminina também econtra dificuldades para adentrar na vida política do país. Nesse sentido, dados recentes do congresso nacional revelam que apenas 15% das cadeiras legislativas são ocupadas por mulheres. Esse fato expressa, indubitavelmente, o ambiente patriarcal e machista supracitado, o qual interfere como um agente limitador da expressão política feminil. Sob esse aspecto, é paradoxal notar tamanha diferenciação entre homens e mulheres em um país que, ainda no século XIX, ofereceu ganhos para a igualdade de gênero.

Infere-se, portanto, mediante o exposto a necessidade de medidas com o fito de mitigar a questão. Primeiramente, é função das escolas promover o ensino a respeito da igualdade entre os gêneros, para que assim as gerações vindouras estabeleçam um ambiente igualitário para homens e mulheres. Além disso, os partidos políticos devem incentivar a participação das mulheres em processos eleitorais. Isso com a criação de campanhas de empoderamento, que as façam sentir-se motivadas, a despeito de um panorama cultural que é marcado pelo machismo e patriarcalismo. Somente assim, o Brasil encontar-se-ia em um contexto mais justo e igual para todos, independente do gênero.