De acordo com a Constituição Brasileira todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Entretanto a escassez da representatividade nas mídias faz com que grupos desfavorecidos não possuam essa igualdade preconizada constitucionalmente. Dessa maneira, percebe-se a importância da representatividade na publicidade, pois ela permite a inserção de indivíduos no âmbito social e a valorização deles.
Sob essa perspectiva, vê-se que, nos ambientes de divulgações, o padrão europeu sempre foi enaltecido e, consequentemente, almejado, obrigando a quem não se encaixa nesse molde buscá-lo para que de alguma forma consiga reconhecimento. Nesse ínterim, na obra “O Pequeno Príncipe”, o autor Exupéry retrata sobre um astrônomo turco que faz uma grande descoberta acerca de um asteroide, contudo ninguém lhe dera crédito por causa das roupas que usava. Esse astrônomo vestiu-se a moda europeia, apresentou novamente a sua descoberta e todos o aplaudiram. Destarte, fora da literatura, é notório que o sujeito só tem visibilidade através da aparência que ele se comunica, por isso torna-se imprescindível o destaque de outras etnias na publicidade para que todos usufruam do reconhecimento que ela perpassa.
Diante desse cenário, observa-se que alguns estereótipos são reforçados pela publicidade -baiano preguiçoso, muçulmano terrorista- corroborando com a construção de muros entre pessoas que poucas vezes se encontram nas mídias, todavia sempre que estão presentes é de forma pejorativa. Nesse sentido, o filósofo Habermas acentua que incluir não é apenas trazer para perto, contudo é necessário garantir a efetiva integração do cidadão no ambiente social. Desse modo, torna-se evidente a importância da representatividade de forma correta para findar preconceitos e exaltar características, assegurando-os da verdadeira integração uma vez que ela é certificada pela constituição, a qual deixa claro a igualdade no trato de todos os cidadãos.
Portanto, a publicidade tem poder para redigir o que será aceito. À vista disso fica explícito a importância da representatividade por meio dela. Para tanto, as Mídias, que atuam como formadora e modificadora de opinião, devem investir na inserção de todos, por meio de propagandas que descontruam com estereótipos, buscando a verdadeira inclusão. Assim, obteremos uma sociedade que todos usufruem de seus direitos garantidos por lei.