logo redação online

TEMA DE REDAÇÃO – A importância da educação financeira em questão no Brasil

A educação financeira no Brasil se tornou um assunto frequente nas mídias e, também, uma das principais apostas do tema de redação do ENEM 2021. Falar sobre dinheiro ainda é um tabu na sociedade brasileira e, por isso, muitas ações têm sido realizadas a fim de conscientizar a população para a importância da educação financeira.

Leia os textos motivadores a seguir e, com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “A importância da educação financeira em questão no Brasil”.

TEXTO 1

Um cartão de crédito azul e uma gota de água com expressões tristes. Ao lado deles, há uma lâmpada amarela sorrindo e andando em direção a um homem, que segura um saco azul de papéis em uma mão e na outra segura um papel escrito a palavra " Luz". O homem diz: "E o sorteado deste mês é a conta de luz! Parabéns! Na parte superior da imagem há o seguinte título "Contas: enquanto isso na volta das férias." Charge.

Fonte: https://chargedodiemer.blogspot.com/

TEXTO 2

A importância da educação financeira no cenário brasileiro

A educação financeira vai muito além de aprender a economizar, cortar gastos desnecessários, poupar e acumular quantias em dinheiro. 

Ser educado financeiramente faz com que qualquer pessoa passe a buscar uma qualidade de vida melhor, além de proporcionar a segurança material necessária para aproveitar os prazeres da vida e obter uma garantia para eventuais imprevistos.

Infelizmente, no Brasil, a educação financeira ainda está longe de alcançar um patamar necessário, especialmente quando comparamos o cenário local com o de países desenvolvidos.

Segundo o Banco Mundial, apenas 3,64% da população economiza pensando no futuro.

Os índices mais baixos do mundo são formados pela média na América Latina, de 10,6%; enquanto outros países emergentes, como México (20,85%), África do Sul (15,93%) e Rússia (14,56%), apresentam números melhores.

Educação financeira no Brasil

É injusto culpar o patamar da educação financeira no Brasil a apenas o contexto histórico atual e é preciso entender alguns aspectos primordiais da conjuntura econômica do país, como por exemplo, a constante troca de moedas.

Nas últimas duas décadas, por exemplo, o Brasil teve uma moeda relativamente estável e inflação controlada, até abaixo dos dois dígitos.

Contudo, quando olhamos para anos mais distantes, em torno da década de 1980, essa não era a situação do país, com a mudança de moeda e um período de inflação descontrolado.

E essa incerteza sobre os preços assombra os brasileiros até hoje.

A inflação e suas economias

Nos momentos em que o governo não obtém êxito para controlar a inflação, o valor futuro da moeda entra em cheque, o que faz com que seja mais vantajoso gastar o dinheiro comprando bens do que poupar o valor, já que não se sabe quanto esse dinheiro irá valer no dia seguinte.

De fato, pensar desta forma fazia muito sentido antes do Plano Real, mas, infelizmente, esse é o pensamento que parece nortear os hábitos de consumo dos brasileiros até hoje.

Para se ter uma ideia, dados de pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capital (ANBIMA) em 2017, cerca de 75% da população nacional não fez nenhum tipo de aplicação financeira.

Em outras palavras, todo esse percentual da população passa toda a vida sem desenvolver um patrimônio sólido ou uma alternativa à aposentadoria, ficando refém da previdência social.

Como a falta de educação financeira impacta a vida das famílias brasileiras

Dentre tantas outras desvantagens, a falta de educação financeira contribui para que o cenário do endividamento no Brasil cresça.

De acordo com levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o ano de 2020 começou com 61 milhões de negativados.

Esses números refletem, também, a falta de hábito de poupar dos brasileiros: ainda de acordo com a entidade, apenas 28% dos brasileiros declaram ter poupado algum dinheiro nos últimos 12 meses, o 14.º pior índice do mundo.

Pandemia causada pela COVID-19 agrava ainda mais o cenário do endividamento

É evidente que as medidas necessárias tomadas para tentar conter a propagação do novo coronavírus impactaram a economia nacional (e mundial também).

Dados de levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas demonstram que aproximadamente 83% dos entrevistados afirmaram ter sido prejudicados financeiramente durante a pandemia.

Para especialistas do setor, é evidente que esses dados mostram mais um lado dos problemas causados pela crise, mas também deixam ainda mais clara a dificuldade que a população brasileira tem de construir e seguir um planejamento financeiro que seja capaz de equilibrar as receitas e gastos pessoais.

Dados auxiliares da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que realizou pesquisa focada no comportamento dos endividados no Brasil durante a pandemia, aproximadamente 11 milhões de famílias possuem alguma dívida.

O que mais assusta os especialistas é identificar que este movimento vem acontecendo de forma crescente: de 66,2% em março, o percentual passou para 67,4% em julho de 2020.

Educação Financeira passa a integrar a base Nacional Comum Curricular

Todos esses índices fizeram as autoridades olharem para o tema de maneira diferente e, em 2020, a educação financeira passa a integrar a base Nacional Comum Curricular.

Para Rodrigo Pinheiro, CEO do Banco Bari, este é um passo muito importante, afinal, quanto mais cedo a noção do dinheiro é introduzida na vida da criança, maior será a capacidade de administração financeira.

“Não é coincidência observar que os países com menores índices de endividamento entre as famílias são os mais desenvolvidos, que oferecem uma base curricular educacional mais robusta. No Brasil, o caminho precisa ser o mesmo”, afirma Pinheiro.

A decisão de ensinar Educação Financeira foi do Ministério da Educação (MEC) e, de acordo com a entidade, as redes de ensino públicas e privadas de todo o país devem se adequar à nova norma para ajustar o currículo educacional e abordar o tema desde a educação infantil até o ensino médio.

A medida tem o objetivo de dar a base para que os alunos consigam desenvolver o hábito de poupar e até mesmo oferecer conhecimento para que, quando adultos, sejam capazes de tomar decisões mais conscientes em relação aos seus hábitos de consumo.

Fonte: https://www.jornalcontabil.com.br/a-importancia-da-educacao-financeira-no-cenario-brasileiro/

TEXTO 3

“Natália Dirani afirma ainda que envolver a criança no planejamento e orçamento familiar é o primeiro passo para a educação financeira. ‘Quebrar o tabu de falar com os filhos, com as crianças, sobre dinheiro. É muito importante abordar conceitos básicos de educação financeira e evoluir esses conceitos conforme a idade da criança. De ter uma quantia guardada, aprender a consumir esse dinheiro, organizar esse dinheiro para realizar sonhos’.

As técnicas para ensinar os mais jovens a ter controle do próprio dinheiro ou fazer um planejamento financeiro para o futuro são muitas: desde mesadas, poupança, contas digitais, até investimentos em nome dos pequenos. No entanto, educação financeira não é igual para todos. Faz sentido falar do tema com famílias de baixa renda, que vivem com menos de um salário mínimo? O economista, o educador financeiro Francisco Rodrigues da Silva, acredita que sim. ‘Mesmo não tendo todos os recursos disponíveis, quando obtermos esses recursos, nós vamos administrar corretamente. Só que aí tem o problema do analfabetismo financeiro, que é uma das maiores causas de endividamento da população. Boa parte dessas famílias de baixa renda estudaram até o quinto ano do ensino fundamental ou até o nono ano do ensino fundamental. Como essas pessoas vão educar seus filhos se não tiveram essa educação financeira no passado?’, aponta. 

Educação financeira em casa e também na escola. Pela pesquisa da Serasa, quase 70% dos pais e mães consideram a escola como fundamental para ensinar os filhos sobre o assunto. E 65% acreditam que a internet também é um canal importante. O estudo ouviu quase 1.300 pessoas, em todas as regiões do país, em setembro deste ano.”