Redação - 20220630908195
Em 1988, Ulysses Guimarães – seguindo uma ideologia de igualdade e progresso – promulgou a Constituição federal e estabeleceu que todo cidadão brasileiro deveria ter pleno acesso à informação. No Brasil atual, entretanto, tais garantias, muitas vezes, não são verificadas, tornando a falta de conhecimento sobre os malefícios do uso excessivo do videogame entre os jovens um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada em nossa sociedade. Sob esse aspecto, convém analisarmos as principais causas, assim como buscar possíveis soluções para as consequências dessa problemática. Diante de tal cenário, pode-se inferir que a ausência de ações governamentais direcionadas a informar, corretamente, a população sobre os perigos do uso contínuo de videogame como uma das principais motivações para o aumento de problemas sociais. De acordo com o portal de notícia G1, o Brasil é um dos países com os menores investimentos em campanhas educacionais sobre os efeitos nocivos dos jogos online, contendo os maiores índices de crianças tendo acesso a jogos que incitam a violência e dificultam a interação social. Lê-se, portanto, como inaceitável a percepção de que, em um Estado oficialmente democrático, seja negado ao cidadão um direito previsto pela Constituição federal: o direito à informação. Além disso, vale também ressaltar que a falta de conhecimento, sobre quais os estágios nocivos do uso do videogame, resulta na ausência de um tratamento efetivo contra o vício e, consequentemente, na prolongação dessa problemática. Segundo Immanuel Kant, filósofo moderno, o vício é o pior dos males, sendo o vício ainda pior se somado à ignorância, pois isso impede que o cidadão tenha noção dos impactos causados em si e nas pessoas ao seu redor, ou seja, o vício atrapalha o progresso individual e coletivo. Dessa maneira, de forma análoga, tal realidade mostra-se presenta na atual conjuntura, haja vista que o Estado falha em seu dever de garantir direitos fundamentais, como o direito à informação. Destarte, para que os ideais seguidos por Ulysses Guimarães não sejam apenas utópicos, medidas são necessárias. Nesse sentido, o governo federal, por intermédio do Ministério da Saúde, deve informar a população sobre quais são os impactos do uso excessivo do videogame, por meio de palestras educacionais e midiáticas nas escolas de ensino fundamental e médio e nas redes sociais, com o intuito de salientar - para as crianças, adolescentes e os responsáveis – sobre a importância de tratar e identificar um vício. Espera-se, com isso, a construção de uma sociedade capaz de combater os excessos e à desinformação, pois – como apontou Kant – é o que impede o progresso.
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