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Tráfico de animais no Brasil: Tema de Redação

O tráfico de animais no Brasil retornou à mídia recentemente e escancarou um problema pouco discutido na sociedade. Por isso, criamos uma proposta de redação para que você exercite a reflexão sobre essa questão agora mesmo!

Leia os textos motivadores. Com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Tráfico de animais no Brasil”. Use a modalidade escrita formal da língua portuguesa e apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Além disso, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Confira o tema “Tráfico de animais no Brasil”:

Texto 1

O tráfico de animais voltou aos noticiários no Brasil nas últimas semanas. A polícia encontrou indícios de um grupo organizado atuando no Distrito Federal, após um estudante ter sido picado por uma naja, que criava dentro do apartamento em que mora com os pais. O incidente desencadeou uma ampla investigação, ainda em andamento.

As informações da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) indicam que a atividade no Brasil tira 38 milhões de animais das matas anualmente e alimenta um mercado estimado em R$ 3 bilhões.

O editor-chefe do site Fauna News e membro da coordenação do coletivo Grupo de Ação Política de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (GAP Trafi), Dimas Marques, disse à agência de notícias Sputnik Brasil que o tráfico de animais no Brasil, em grande parte, é voltado para o mercado interno.

“O tráfico de animais no Brasil é estruturado para abastecer o mercado interno. Tem casos de envio de animais para o mercado externo, mas também recebemos animais de fauna exótica não nativa no Brasil. A grosso modo, o tráfico de animais no Brasil é voltado para o mercado Pet. As pessoas têm ‘necessidade’ de ter bichos de estimação. Existem estimativas de que cerca de 60% a 70% de todos os animais silvestres comercializados no Brasil pelo tráfico sejam para abastecer o próprio mercado interno. Assim, de 30% a 40%, no máximo, iriam para fora do Brasil”, explicou Dimas Marques.

(…)

Legislação ineficiente

A Lei de Crimes Ambientais, no seu artigo 29, prevê uma pena de seis meses a um ano por tráfico de animais silvestres. Por outro lado, a legislação não determina prisão preventiva para crimes com menos de quatro anos de pena.

O tráfico de fauna é considerado crime de baixo potencial ofensivo, ou seja, como as penas previstas são menores de quatro anos, o infrator não responde por seu crime em regime fechado durante a parte processual, se esse for o entendimento da autoridade.

(…)

Animal silvestre não é Pet

Uma das raízes do problema, segundo Dimas Marques, seria a própria noção cultural e histórica de que animais silvestres podem ser bichos de estimação. Em uma das raras iniciativas de controlar a fauna nativa, o governo aprovou, ainda em 1967, a Lei de Proteção à Fauna 5.197, que prevê a comercialização de animais silvestres legalizados, autorizando criadouros registrados, onde se criam animais requisitados como cobras, jiboias e araras.

“No meu entendimento e de muitos ambientalistas que atuam nessa área, isso é um grande equívoco por parte do Estado brasileiro. Culturalmente, se o Estado permite que você possa comprar animal silvestre como bicho de estimação […] ele está reforçando na cultura, no hábito e no senso comum da sociedade que animal silvestre pode ser bicho de estimação. E é esse conceito que faz com que as pessoas busquem o tráfico de animais, busquem nas feiras nos fins de semana de cidades de interior ou na internet animais silvestres para serem comprados”, afirmou o jornalista.

Segundo ele, um papagaio-verdadeiro comercializado legalmente, com nota fiscal, custa R$ 3.500 ou mais. Em uma feira, por outro lado, a mesma ave pode ser comprada por menos de R$ 150. Sem uma fiscalização eficiente e uma legislação rígida, o mercado legalizado somente incentiva o tráfico.

Fonte: https://www.jb.com.br/pais/ecologia/2020/07/1024799-trafico-de-animais-no-brasil-abastece-mercado-interno-e-aproveita-falhas-na-lei–diz-ambientalista.html

Texto 2

Facebook vira feira ilegal de animais silvestres e ignora alerta do Ibama

BRASÍLIA – O Facebook virou a maior feira de venda ilegal de animais no país, segundo fiscalização do Ibama, mas  o instituto diz não conseguir apoio efetivo da rede social para prevenir a prática. No entanto, em novembro de 2015, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, remeteu um ofício à direção do Facebook no Brasil, em São Paulo.

Intitulado “Crimes e infrações contra o meio ambiente na rede social Facebook”, o documento informava que o sistema de recebimento de denúncias do órgão ambiental, a Linha Verde da Ouvidoria, havia registrado um aumento de ocorrências: de 60, em 2014, para 170 no ano de 2015. Assim, segundo o Ibama, o Facebook era o principal veículo relacionado nas ocorrências registradas, representando cerca de 95% das denúncias dos crimes ambientais na internet.

O Ibama pediu que a empresa enviasse um representante para uma reunião em Brasília a fim de tratar de estratégias para o combate de ilícitos ambientais ocorridos na rede social.

Mas, apesar da solicitação, o Facebook não indiciou um funcionário para dar início ao diálogo, segundo o Ibama. Nos dois anos seguintes, 2016 e 2017, o órgão ambiental detectou uma explosão dos anúncios de compra e venda de animais.

Então, durante nove meses, entre 2017 e 2018, o Ibama pesquisou, separou e copiou inúmeras páginas no Facebook e outras redes sociais, nas quais era oferecido um total de 1.277 animais — 85% estavam em cativeiro e em 30% dos casos a venda foi comprovada.

O Facebook, portanto, novamente foi o líder, com 85% dos casos detectados pela fiscalização na rede social.
Em apenas uma das páginas, o Ibama contou 274 animais oferecidos para venda, principalmente iguanas. Certamente, se todos fossem vendidos, teriam rendido cerca de R$ 53 mil. No perfil havia a promessa de entrega em qualquer cidade do Brasil. Um jabuti era vendido a R$ 200 e um iguana, a R$ 129. Além disso, uma jiboia sairia por R$ 350. Em outra página, que oferecia 81 animais, uma aranha tarântula era vendida a R$ 300. Enquanto isso, um escorpião podia atingir o dobro desse valor.

Muitos dos animais oferecidos constavam da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagem em Perigo de Extinção. Outros estavam sendo introduzidos no Brasil fora de sua área de ocorrência.

O levantamento deu origem a uma megaoperação desencadeada há duas semanas, a Teia. Assim, o Ibama concluiu que havia dezenas de grupos fechados no Facebook destinados ao comércio dos animais.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2018/06/facebook-vira-feira-ilegal-de-animais-silvestres-e-ignora-alerta-do-ibama.shtml

Escreva a uma redação sobre o tema Tráfico de animais no Brasil após conferir a lista de repertórios que preparamos!

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