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Tema de Redação: Fuvest 2016

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O Tema de Redação: Fuvest 2016 foi “As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas?”.

Estudar esse tema é de extrema importância para se preparar para a Fuvest 2024, pois mostra a relevância de compreender e debater sobre um problema social atual. Ampliar o conhecimento sobre intolerância religiosa promove a reflexão sobre respeito, diversidade e a construção de uma sociedade mais inclusiva. Estar preparado para discutir soluções para esse desafio é essencial para obter um bom desempenho na prova de redação.

Texto motivador I:

UTOPIA (de ou-topia, lugar inexistente ou, segundo outra leitura, de eu-topia, lugar feliz).Thomas More deu esse nome a uma espécie de romance filosófico (1516), no qual relatava as condições de vida em uma ilha imaginária, denominada Utopia: nela, teriam sido abolidas a propriedade privada e a intolerância religiosa, entre outros fatores capazes de gerar desarmonia social. Depois disso, esse termo passou a designar não só qualquer texto semelhante, tanto anterior quanto posterior (como a República de Platão ou a Cidade do Sol de Campanella), mas também qualquer ideal político, social ou religioso que projete uma nova sociedade, feliz e harmônica, diversa da existente. Em sentido negativo, o termo passou também a ser usado para designar projeto de natureza irrealizável, quimera, fantasia.

Nicola Abbagnano, Dicionário de Filosofia. Adaptado.

Texto motivador II:

(…) A utopia nos distancia da realidade presente, ela nos torna capazes de não mais percebermos essa realidade como natural, obrigatória e inescapável. Porém, mais importante ainda, a utopia nos propõe novas realidades possíveis. Ela é a expressão de todas as potencialidades de um grupo que se encontram recalcadas pela ordem vigente.

Paul Ricoeur. Adaptado.

Texto motivador III:

A desaparição da utopia ocasiona um estado estático de coisas, em que o próprio homem se transforma em coisa. Iríamos, então, nos defrontar com o maior paradoxo imaginável: o do homem que, tendo alcançado o mais alto grau de domínio racional da existência, se vê deixado sem nenhum ideal, tornando-se um mero produto de impulsos. O homem iria perder, com o abandono das utopias, a vontade de construir a história e, também, a capacidade de compreendê-la. 

Karl Mannheim. Adaptado.

Texto motivador IV:

Acredito que se pode viver sem utopias. Acho até que é melhor, porque as utopias são ao mesmo tempo ineficazes e perigosas. Ineficazes quando permanecem como sonhos; perigosas quando se quer realizá-las.
André Comte-Sponville. Adaptado.

Texto motivador V:

Cidade Prevista:

Irmãos, cantai esse mundo

que não verei, mas virá

um dia, dentro em mil anos,

talvez mais… não tenho pressa.

Um mundo enfim ordenado,

uma pátria sem fronteiras,

sem leis e regulamentos,

uma terra sem bandeiras,

sem igrejas nem quartéis,

sem dor, sem febre, sem ouro,

um jeito só de viver,

mas nesse jeito a variedade,

a multiplicidade toda

que há dentro de cada um.

Uma cidade sem portas,

de casas sem armadilha,

um país de riso e glória

como nunca houve nenhum.

Este país não é meu

nem vosso ainda, poetas.

Mas ele será um dia

o país de todo homem.
(Carlos Drummond de Andrade)

Texto motivador VI:

A utopia não é apenas um gentil projeto difícil de se realizar, como quer uma definição simplista. Mas se nós tomarmos a palavra a sério, na sua verdadeira definição, que é aquela dos grandes textos fundadores, em particular a Utopia de Thomas More, o denominador comum das utopias é seu desejo de construir aqui e agora uma sociedade perfeita, uma cidade ideal, criada sob medida para o novo homem e a seu serviço. Um paraíso terrestre que se traduzirá por uma reconciliação geral: reconciliação dos homens com a natureza e dos homens entre si. Portanto, a utopia é a desaparição das diferenças, do conflito e do acaso: é, assim, um mundo todo fluido – o que supõe um controle total das coisas, dos seres, da natureza e da história. 

Desse modo, a utopia, quando se quer realizá-la, torna-se necessariamente totalitária, mortal e até genocida. No fundo, só a utopia pode suscitar esses horrores, porque apenas um empreendimento que tem por objetivo a perfeição absoluta, o acesso do homem a um estado superior quase divino, poderia se permitir o emprego de meios tão terríveis para alcançar seus fins. Para a utopia, trata-se de produzir a unidade pela violência, em nome de um ideal tão superior que justifica os piores abusos e o esquecimento da moral reconhecida.


Frédéric Rouvillois. Adaptado.

Gostou do tema de redação que caiu no vestibular Fuvest 2016? Lembre-se que para mandar bem na próxima edição da Fuvest é essencial que você compreenda os temas propostos e treine com profissionais especializados!

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