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Tema: Qual é a natureza humana: boa ou ruim?

Arte de Anne von Freyburg

Com base nos seus conhecimentos e nos textos motivadores, elabore uma redação sobre o seguinte
Tema: Qual é a natureza humana: boa ou ruim?

Texto 1

Uma discussão bem antiga, mas que sempre “vem à tona” é aquela que
discute se “o homem nasce bom e a sociedade que o corrompe” ou se “o homem nasce mau e a sociedade que o torna bom”.

Dentre os estudiosos que levantaram tal questão estão Rousseau e Hobbes;
ambos defendem uma perspectiva distinta. Grosso modo, Rousseau defendia que os homens nascem bons, mas em contato com a sociedade que é má, tornam-se igualmente maus. Essa perspectiva dialoga bem com a visão cristã, onde as crianças seriam tidas como puras e tornam-se pecadoras à medida que começam aperceber os males do mundo, os quais as envolvem. Por outro lado, Hobbes defendeu que o homem nasce mau, com instintos de sobrevivência, e que devido a tais instintos é capaz de fazer qualquer coisa. Para Hobbes, a sociedade tem o papel de educá-lo, de humanizá-lo, de torná-lo sociável.

Fonte: https://cafecomsociologia.com/2013/11/o-homem-nasce-bom-e-sociedade-o.html

Texto 2

Jean-Jacques Rousseau: O homem é bom por natureza

Recentemente, a Funai (Fundação Nacional do Índio) mapeou 39 grupos indígenas que vivem isolados na Amazônia e que, em tese, nunca tiveram qualquer contato com o “homem branco”.

Neste estado “primitivo”, o homem viveria em harmonia com seus semelhantes, livre da violência que aflige as grandes cidades? E, no caso do “homem civilizado”, a ciência que o tornou dependente de tecnologias como luz elétrica e aparelhos celulares também contribuiu, de alguma forma, para sua evolução moral?

Para o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que viveu numa época em que não existia luz elétrica e, muito menos, aparelhos celulares, as respostas a estas perguntas podem ser respondidas da seguinte forma: “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros”. Com isso, ele quer dizer que o  homem possui uma natureza boa que é corrompida pelo processo civilizador.

Neste caso, bastaria irmos para a floresta e viver como nossos antepassados para sermos felizes? Não é essa a proposta de Rousseau. Em sua obra “Do Contrato Social” (1757/ 1762) ele reflete sobre como deveriam ser as instituições para que possamos ter uma organização social mais justa, que preserve a liberdade, bem supremo do homem.

Sentimento

Rousseau não construiu um sistema filosófico, como Aristóteles ou Kant, por exemplo, mas apresentou contribuições originais não somente à filosofia, mas também à pedagogia e à teoria política, influenciando movimentos políticos e intelectuais europeus como a Revolução Francesa e o Romantismo alemão.

Sua teoria da bondade natural do homem pode parecer estranha e, mesmo no século 18, foi objeto de escárnio por parte de filósofos como Voltaire

Contudo, a crítica de Rousseau é direcionada aos poderes exacerbados da razão e da ciência, que ele foi o primeiro pensador a questionar em plena vigência do Iluminismo.

É muito comum agirmos de maneira polida e educada mesmo quando, na verdade, queremos prejudicar, manipular ou levar vantagem sobre os outros. Para Rousseau, certas normas sociais estabelecidas nos grandes centros urbanos afastaram, desta forma, o homem de sua verdadeira natureza. O caminho para este conhecimento primordial, segundo ele, é o sentimento, não a razão e o progresso científico.

Razão põe ordem no mundo, talvez em demasia, segundo o filósofo francês. Era preciso então sentir o mundo. E qual a forma de fazer isso, senão buscando uma comunhão com a natureza, que em suas formas é pura expressão de sentimento e liberdade, que experienciamos ao contemplar um pôr-do-sol ou quando caminhamos descalços na praia?

Ao dizer isso, Rousseau rompeu também com toda uma tradição do determinismo, proveniente de uma linha de começa com Bacon e Galileu até Newton e Einsteine que concebia o universo como um relógio preciso.

Seria necessário então, voltando à questão inicial, abrir mão de toda comodidade da vida moderna, como fez a personagem Danielle Rousseau do seriado “Lost” (inspirada no próprio filósofo)?

O contrato social

A metáfora do “bom selvagem” é somente uma forma que Rousseau encontrou para questionar a filosofia iluminista e a política moderna. O problema do “Contrato” é como resguardar a justiça e a liberdade do estado de natureza no meio social.

Para responder às suas necessidades de conservação, o homem precisa desenvolver habilidades e alterar a natureza, produzindo cultura. Sozinho, ele não teria como garantir sua sobrevivência. Busca, então, socializar-se.

Os homens primeiro se reuniram em pequenas comunidades, formadas por grupos familiares, o que Rousseau caracteriza como a “idade de ouro” da humanidade. Em seguida, nas primeiras formas de ordenação social e política, foi preciso exigir a obediência dos mais fracos aos mais fortes (regimes de escravidão), afastando o homem, assim, de sua condição igualitária.

Em Rousseau, portanto, é fundamental substituir a liberdade natural, irrestrita mas subordinada ao poder do mais forte (e sempre haverá alguém mais forte para assumir a liderança), pela liberdade convencional, sustentada pela criação de um pacto social, de forma a equilibrar ordem e justiça.

A principal cláusula deste contrato social afirma que “cada um, dando-se a todos, não se dá a ninguém”. Quer dizer, somente garantindo a liberdade de todos é que as liberdades individuais serão também preservadas.

Um fumante, por exemplo, tem o direito de fumar. No entanto, essa liberdade não pode ferir a de um não fumante, que em um recinto fechado vai inalar a mesma fumaça de cigarro involuntariamente. Como resolver isso? Criam-se regras, ao acordo de todos e que todos devem seguir, restringindo o fumo em locais adequados, de modo a conservar a liberdade tanto de fumantes quanto de não fumantes.

Vontade geral

Desse modo, para que o pacto funcione, diz Rousseau, os cidadãos devem se submeter à vontade geral, que é soberana. Uma vez firmado o contrato, todos devem obedecer o que ficou deliberado por todos, não somente por uma maioria.

Ou seja, o filósofo não reconhece a representatividade, como vereadores, prefeitos, etc. Para ele, a soberania se exerce pela vontade popular, logo, pela participação direta do povo. Participação que não se resumiria a comparecer às urnas, por exemplo, mas em que cada cidadão tivesse participação efetiva nas decisões que afetem a comunidade.

Esta total submissão a um Estado, que expressa a vontade geral, pode parecer um tipo de totalitarismo, em que o indivíduo se submete integralmente à coletividade, a ponto de abrir mão de seu livre-arbítrio. Mas deve-se atentar que: 1) Rousseau subordina a liberdade individual à coletiva para afirmar a primeira; e 2) uma vez que este Estado não expresse mais a vontade geral, o povo tem o direito de derrubar o governo (apesar de Rousseau preferir as armas da educação do que as da revolução para isso).

Força não estabelece direitos: o poder só é obedecido quanto ele for legítimo e, para Rousseau, ele só é legítimo na medida em que se respeita o contrato.

O grande problema em Rousseau é aplicar suas teorias à prática. Formas de governo, como a democracia, demandam aperfeiçoamentos constantes. E nenhum sistema político e econômico foi perfeito o suficiente para equilibrar igualdade e liberdade. O contrato social, no entanto, continua servindo de inspiração para dilemas que acompanham o homem contemporâneo.

Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/jean-jacques-rousseau-2-o-homem-e-bom-por-natureza.htm

Texto 3

Para o filósofo inglês Hobbes, o homem é essencialmente mau

Ele acreditava que o homem não queria se tornar um ser social.
Para professor Fábio Medeiros, não devemos acreditar na sua teoria.

O motorista que estaciona o carro em local proibido, que tranca o cruzamento e atrapalha o trânsito é uma pessoa má? Levando em consideração a teoria do filósofo inglês Thomas Hobbes, a resposta é sim. O teórico que acreditava que o homem, na sua essência, não é um ser do bem foi tema da reportagem do projeto Educação desta sexta-feira (1º).

“Hobbes se encontra no período entre os séculos 16 e 17. A natureza humana para Hobbes é má. O homem é mau, não presta. Essa tese se encontra na obra “O Leviatã”, inspirada em uma figura mitológica, que é uma serpente que fez um acordo com os homens. Na medida em que os homens não cumprem o acordo, a serpente vem e os devora”, comentou o professor de filosofia Fábio Medeiros.

Segundo a teoria de Hobbes, se o homem já nasce mau, ele não sabe viver em sociedade e precisa de um estado autoritário, que dite as regras, as normas de convivência. “Essa tese vai fundamentar sua visão de estado absoluto. A visão é de que homem não tem pretensão de ser social. Ele é mau, o que causa insociabilidade. Para se tornar social, é preciso formar um novo pacto, um novo acordo entre homens, para que eles possam renunciar à coisa mais importante num estado de selvageria, que é a liberdade”, relatou o Professor.

Na rua ou nos noticiários, quando acontecem fatos que demonstram atitudes de extrema maldade, o homem fica inclinado a concordar com Hobbes. “Principalmente quando são atitudes não  condizentes com o exercício da cidadania, como cuidado da cidade, do outro, consigo mesmo. A gente tem que continuar fazendo a discussão e redefinir nossos papéis como cidadão, como pessoa, ser humanizado. Acreditar na tese de Hobbes é acreditar que não temos oportunidade de nos mostrar diferentes da maldade”, disse Fábio.

Na Rua da Aurora, no Recife, fica a Praça Padre Henrique, onde está o primeiro monumento construído no Brasil para lembrar os mortos desaparecidos durante o período de ditadura. Com o nome  “Tortura nunca mais”, a obra do artista plástico Demetrio Albuquerque lembra, todos os dias, que um homem é capaz de torturar outro homem até a morte.

Por outro lado, as imagens feitas pelas câmeras da Secretaria Estadual de Defesa Social (SDS) mostram que existem pessoas boas, capazes de ajudar o próximo sem receber nada em troca. “A grande dificuldade é se nós nos permitimos fazer coisas certas mesmo se não tiver ninguém olhando, câmeras ou aplicação de multas. […] Caímos nas justificativas mais diversas,  o que é injustificável no ponto de vista da convivência social. É aí que devíamos nos cuidar mais, aprender a perder para ganhar socialmente”, concluiu Fábio.

Fonte: https://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2013/11/para-o-filosofo-ingles-hobbes-o-homem-e-essencialmente-mau.html

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