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Repertório para o tema “Estereótipos na mídia e na literatura”

Estereótipos na mídia e na literatura

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Estereótipos na mídia e na literatura

Você já pensou com um pouco mais de atenção por que grande parte das vilãs de novela tem cabelos escuros ou por que personagens da terceira idade sempre aparentam fragilidade?

Muitas vezes, achamos que aquilo que vemos e lemos nos influencia somente com relação aos padrões de beleza, mas não é bem assim. Na verdade, não é nada assim.

Os padrões que vemos representados repetidamente nas diferentes formas de mídias, os famosos estereótipos, moldam nosso modo de ver e interpretar as pessoas, ou seja, reproduzimos um modelo de um contexto irreal no nosso contexto real.

Mas qual é o problema disso? O problema está quando o estereótipo se torna uma maneira de preconceito ou de perpetuar formas diversas de racismo e xenofobia, fortalecendo a cultura da divisão entre as pessoas por conta de suas diferenças.

E o que acontece quando a divisão entre as pessoas é incentivada? Você já deve estar cansado (a) de saber: intolerância, a mesma intolerância que inicia guerras e separa famílias.

As indicações abaixo serão bastante úteis para que você aprofunde seus conhecimentos a respeito do tema da semana, mas também é bastante interessante que você comece a analisar filmes, séries, propagandas e personagens de livros com um olhar um pouco mais atento no que diz respeito à construção dos estereótipos.

Zezé (Cacau Protásio) - Personagens - Avenida Brasil

1-Matéria on-line sobre o estigma com relação à terceira idade.

Disponível em: portal do envelhecimento

Acesso em: 20/05/2020.

De forma curta e objetiva, mas muito rica, os autores da matéria, Rodrigo Saraiva de Souza e Ruth Gelehrter da Costa Lopes, conseguem, com base na teoria de Freud, demonstrar o quanto a mídia colabora para a formação do pensamento de que todo idoso é chato e reclamão.

Para fundamentar seu argumento, os autores utilizam o exemplo de uma propaganda que foi repetidamente veiculada no Brasil e da qual você certamente se lembrará.

2- Artigo científico sobre os estereótipos nos Jogos Paraolímpicos.

Disponível em: congressos cbce

Acesso em: 20/05/2020.

Há algumas semanas, nosso tema para a proposta de redação foi justamente a condição dos atletas paraolímpicos no Brasil, por isso, achamos interessante que vocês tenham acesso a este texto.

O artigo, que contou com pesquisa quantitativa e qualitativa para sua fundamentação, trata do quanto a mídia molda a visão dos telespectadores com relação aos atletas que participaram dos Jogos Paraolímpicos.

Além disso, ainda há gráficos que demonstram a reação dos telespectadores diante de alguns vídeos e quais sentimentos foram despertados após o momento de visualização.

3- Matéria de revista universitária sobre o poder das piadas no reforço dos estereótipos.

Disponível em: unicamp

Acesso em: 20/05/2020.

Alguém conta aquela típica piada envolvendo um português ou uma mulher loira. Todos riem, afinal, esse é o objetivo das piadas, não é mesmo?

Entretanto, o estereótipo de certas pessoas criado pelas piadas é uma forma de gerar ou fortalecer a discriminação, e o pior: de forma velada, pois, por se tratar de algo que tem por objetivo principal alcançar o humor, as pessoas acabam considerando como “uma brincadeira”.

A matéria, postada em uma das revistas universitárias mais respeitadas do país, a da Unicamp, resume parte da pesquisa dissertativa de Alan Lobo de Souza, com orientação de ninguém menos do que Sírio Possenti, uma das maiores autoridades do campo da Linguística atualmente.

4- Vídeo do YouTube sobre modelos e cores de vestimentas femininas e masculinas.

Disponível em: Moda infantil: rosa e azul?

Acesso em: 20/05/2020.

Meninos usam calça, meninas usam saia. Meninos usam azul, meninas usam rosa. Mas será que sempre foi assim? E de onde surgiram esses conceitos?

A historiadora Eneida Queiroz explica de forma brilhante a evolução histórica nas formas de se vestir de meninos e meninas e a origem do rosa para meninas e azul para meninos.

Aliás, o canal da historiadora é muito útil para todos que têm interesse ou precisam saber mais sobre a área. Com poucos minutos, ela te enriquece com bastante cultura.

5- Clipe Superwoman, de Alicia Keys.

Disponível em: Superwoman

Acesso em: 20/05/2020.

Quando falamos em “Mulher Maravilha” ou “Supermulher”, em que ou quem você pensa? Provavelmente, naquela mulher de corpo perfeito, usando roupas vermelhas e azuis, ou até mesmo na atriz Gal Gadot, a última intérprete da personagem Mulher Maravilha no cinema.

No clipe selecionado, Alicia Keys descontrói a visão da Superwoman, mostrando quem são as mulheres maravilha ou as supermulheres da vida real.

6- Desenhos animados da Disney (Coleção “Princesas”).

Disponível por locação no YouTube.

Gostaríamos que você olhasse com um pouco mais de atenção as princesas mais antigas da Disney: Cinderella e Branca de Neve. Já notou que todas elas são belíssimas e estão insatisfeitas com alguma situação em sua vida?

Essa insatisfação, inclusive, é o que dá o tom dos contos de fadas, fazendo com que as belas princesas passem por uma série de percalços, até serem salvas por um maravilhoso e valente príncipe.

Mas por que essas princesas não poderiam se proteger ou se salvar sozinhas? Por que há a necessidade do corajoso príncipe no conto? E, principalmente, o quanto isso ajuda na desvalorização da mulher e na exaltação do homem como salvador?

Os desenhos da Disney, inspirados nos clássicos contos de fadas (mas adaptados ao público infantil, claro), trazem outro ponto que podemos salientar: as vilãs.

Como elas são? Quais são as características semelhantes entre elas? Como a imagem das vilãs contribui com a ideia de que mulheres de cabelos escuros, curtos e com sobrancelhas arqueadas têm “cara de má”?

7- Filme Legalmente Loira (de 2001).

Disponível por locação no YouTube.

Em Legalmente Loira, Elle Woods, formada em Moda, de família rica, presidente de uma irmandade e, claro, loira, decide estudar Direito (os motivos você descobrirá no próprio filme).

A produção cinematográfica tem um tom leve, com cenas bastante engraçadas, mas que revelam quanta discriminação e julgamento há numa situação como essa e como tal situação ainda ocorre, mesmo hoje.

Seja bem sincero (a): qual imagem mental você tem de uma mulher que decide fazer o curso superior em Estética, por exemplo? Como essa ideia foi formada em você? Percebeu como temos várias “Elle Woods” pelas ruas?

8- Livro Lucíola, de José de Alencar.

Lucíola é apenas um exemplo da mulher totalmente idealizada do Romantismo, já que grande parte das obras do período tem suas personagens femininas centrais construídas a partir da mesma base.

Especificamente no caso de Lucíola, a protagonista sofre por não se encaixar no estereótipo de “mulher perfeita” daquela época, entretanto, mesmo com tantas décadas passadas (o livro foi publicado em 1862), ainda existem pessoas, e não poucas, que estereotipam a mulher exatamente com base naquele modelo do Romantismo.

9- Filme As Branquelas (de 2004).

Disponível para locação no YouTube.

Um clássico das comédias! Em As Branquelas, dois agentes negros precisam se passar por duas irmãs gêmeas brancas.

Não haveria nenhum problema na produção se os agentes não precisassem se esforçar para não deixar escapar “seus trejeitos” negros, mas, sim, há muitas passagens desse tipo no filme.

Não se esqueça de analisar também como o enredo marca de forma forte os comportamentos esperados das pessoas brancas e das pessoas negras, ainda que não intencionalmente.

10 – Filme A hora do show (de 2000)

O filme aborda os estereótipos com que a mídia retrata os negros. Pierre Delacroix é um roteirista de TV que tenta escrever personagens negros que fujam dos clichês. A emissora insiste, contudo, em que ele escreva shows sobre negros “com negritude”, dentro dos estereótipos. Ele decide, então, fazer um show de variedades com “blackfaces” em forma de crítica aos estereótipos. As blackfaces surgiram no início do cinema, quando atores negros não podiam atuar; atores brancos pintavam a cara de preto e faziam o papel dos personagens negros de forma caricata e estereotipada. Delacroix colcoca, no entanto, atores negros para fazer as blackfaces, para mostrar, de forma irônica, os negros como caricaturas de si mesmos. É para ser um show irônico, uma sátira. O público não entende como uma crítica e o show vira um sucesso. O show acaba perpetuando ainda mais estereótipos, em vez de denunciá-los.

Como te dissemos no começo, estereótipos são criados e reforçados de muitas formas e por meio de muitos veículos e, na maioria das vezes, isso acaba passando despercebido por nossos olhos, mas não por nossa mente, que capta essas informações e nos faz criar padrões mentais de como tal e tal tipo de pessoa tem de ser.

Esperamos que o tema desta semana te ajude a interpretar os personagens midiáticos e literários de forma mais acurada.

Leia também:

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