Você já escreveu uma redação sobre “Falta de acesso ao planejamento familiar no Brasil”? Confira o tema da semana!
Não é de hoje que a falta de acesso ao planejamento familiar persiste no Brasil e no mundo. O problema afeta principalmente as mulheres mais pobres, que não possuem outros direitos básicos – como moradia, renda, alimentação e educação –, o que aprofunda cada vez mais as desigualdades sociais.
Com isso em mente, leia os textos motivadores a seguir e, com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Falta de acesso ao planejamento familiar no Brasil”.
TEXTO 1
O que é planejamento familiar?
“Conforme a lei federal 9.263/96, o planejamento familiar é direito de todo o cidadão e se caracteriza pelo conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Em outras palavras, planejamento familiar é dar à família o direito de ter quantos filhos quiser, no momento que lhe for mais conveniente, com toda a assistência necessária para garantir isso integralmente.
Para o exercício do direito ao planejamento familiar, devem ser oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantindo a liberdade de opção.”
Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde – o que é planejamento familiar
TEXTO 2
Planejamento familiar
“Em agosto de 2004, o jornal Folha de São Paulo publicou informações contidas no banco de dados do município, colhidas no período de 2000 a 2004 pela Fundação SEADE. A reportagem nos ajuda a avaliar o potencial explosivo que a falta de acesso aos métodos de contracepção gera na periferia e nas favelas das cidades brasileiras.
Se tomarmos os cinco bairros mais carentes, situados nos limites extremos de São Paulo – Parelheiros, Itaim Paulista, Cidade Tiradentes, Guaianazes e Perus -, a proporção de habitantes inferior a 15 anos varia de 30,4% a 33,4% da população. Esses números estão bem acima da média da cidade: 24,4%. Representam mais do que o dobro da porcentagem de crianças encontrada nos cinco bairros com melhor qualidade de vida.
O grande número de jovens, associado à falta de oferta e trabalho na periferia, fez o nível de desemprego no extremo leste da cidade atingir 23,5% – contra 12,4% no centro da cidade no ano passado. Ele também explica por que a probabilidade de um jovem morrer assassinado na área do M’Boi Mirim, na zona sul, é 19 vezes maior do que em Pinheiros, bairro de classe média.
Nem haveria necessidade de números tão contundentes para tomarmos consciência da associação de pobreza com falta de planejamento familiar e violência urbana: o número de crianças pequenas nas ruas dos bairros mais violentos fala por si. O de meninas em idade de brincar com boneca aguardando atendimento nas filas das maternidades públicas também.
Basta passarmos na frente de qualquer cadeia brasileira em dia de visita para nos darmos conta do número de adolescentes com bebês de colo na fila de entrada. Todos nós sabemos quanto custa criar um filho. Cada criança concebida involuntariamente por casais que não têm condições financeiras para criá-las empobrece ainda mais a família e o País, obrigado a investir em escolas, postos de saúde, hospitais, merenda escolar, vacinas, medicamentos, habitação, Fome Zero e, mais tarde, na construção de cadeias para trancar os malcomportados.
O que o pensamento religioso medieval e as autoridades públicas que se acovardam diante dele fingem não perceber é que, ao negar o acesso dos casais mais pobres aos métodos modernos de contracepção, comprometemos o futuro do País, porque aprofundamos perversamente a desigualdade social e criamos um caldo de cultura que contém os três fatores de risco indispensáveis à explosão da violência urbana: crianças maltratadas na primeira infância e descuidadas na adolescência, que vão conviver com pares violentos quando crescerem.”
Fonte: drauzio varella – planejamento familiar artigo
TEXTO 3
Para onde vamos em um país sem planejamento familiar?
“Desde que me formei e comecei a atuar no SUS eu coleciono histórias de gestações indesejadas e não planejadas. Já vi isso ocorrer nem sei quantas vezes e, em muitas, a chegada de um novo bebê significava uma pequena tragédia econômico-familiar.
Nos idos de 2011, no meu primeiro emprego depois de formada, atendi uma moça na sua quinta gestação. Como de praxe, perguntei a ela se era um evento planejado e desejado. Ela disse que não. Que engravidou usando a pílula e amamentando seu bebê de 6 meses.
‘Que estranho! Posso ver as cartelas?’
Chequei a data de validade. Tudo certo. Eram mini-pílulas. Daquelas que se deve tomar todos os dias, sempre no mesmo horário e sem fazer pausa entre as cartelas para que funcionem.
‘Te explicaram direito como se deve usar?’
‘O médico me deu no lugar da injeção que eu sempre usei. Não tinha a injeção no dia que sai da maternidade. Parece que tá em falta até hoje.’
Peguei a receita e lá estava escrita a forma correta de se tomar os comprimidos.
‘Tomar todos os dias, sempre no mesmo horário e sem dar pausa entre as cartelas. Certo?’
‘Sem pausa? Mas eu tava dando as pausas. Igualzinho eu fazia quando usava uma outra pílula.’
Era uma moça miserável e analfabeta. Por óbvio, não havia lido as instruções de uso. Também não foi perguntada sobre sua capacidade de leitura. Não foi informada adequadamente sobre o modo correto de tomar os comprimidos. Não pôde usar o método que já estava acostumada a usar porque ele não estava disponível no SUS e ela não tinha dinheiro para comprar. Engravidou do quinto filho morando em uma casa miserável e sem condições financeiras de cuidar de nenhum.”
Fonte: uol – para onde vamos em um país sem planejamento familiar
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