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Leituras obrigatórias Fuvest 2021: como usar nas redações?

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Ah, a literatura é tão maravilhosa que nos faz conhecer locais e tempos aos quais não teríamos acesso de outra forma que não pela letra escrita, você que vai fazer vestibular ou Enem já sabe que a redação é importante, por isso, trouxemos aqui as leituras obrigatórias da Fuvest 2021 para você usar na redação.

Mas e quando podemos somar mais uma utilidade à leitura além de transportar-mo-nos para outras esferas? Com a intenção de agregarmos mais valor ao seu processo de leitura, é que resolvemos trazer a parte II deste artigo. Ainda não conferiu a PARTE I? Confira:

Como usar as leituras obrigatórias da Fuvest 2021 nas redações – PARTE I

As leituras obrigatórias da Fuvest não são escolhidas aleatoriamente. Quando as analisamos com cuidado, percebemos que há dois fios condutores que ligam todas as obras: a valorização da Língua Portuguesa (em suas diferentes versões) e a análise social num determinado contexto.

E o que tudo isso significa? Que ler as obras da Fuvest e analisá-las com cuidado vão te conferir muitos elementos de linguagem, fazendo com que você tenha várias formas de expressar a mesma coisa e te farão conhecer mais aprofundadamente realidades e esferas sociais diversas, fornecendo argumentos para muitos temas de redação.

Na parte I, trouxemos quatro obras a vocês. Neste artigo, faremos um pequeno resumo das cinco últimas obras selecionadas para 2021, totalizando assim nove obras ao todo.

A Relíquia, de Eça de Queirós

Um autor que, após viajar por muitos locais, resolve voltar para sua pátria, Portugal, e dedicar anos à criação de personagens e cenários tipicamente portugueses. Esse é Eça de Queirós.

De 1887, A Relíquia é uma narrativa extremamente cômica, considerada pelos especialistas enquanto obra sarcástica e que tem como protagonista Teodorico Raposo (que depois passa a atender pelo apelido de “Raposão”).

Resumidamente, Teodorico Raposo tem dois comportamentos opostos, um, extremamente beato, ao estar ao lado de sua tia, Dona Patrocínio das Neves, e outro, digamos, um pouco mais libertino, quando longe dos olhos de Dona Patrocínio.

A mudança de comportamento tem uma razão: Raposão quer agradar a tia, já que Dona Patrocínio é rica e o sobrinho é o único herdeiro. Com medo de que a tia deixe a herança para a igreja, Teodorico cria um personagem casto e fervoroso na fé. Você já deve imaginar que a farsa não vai dar certo.

Mesmo de maneira sarcástica, o autor faz uma crítica acentuada ao modo de viver do português comum daquela época, que, de acordo com o comportamento de Teodorico, enganava as pessoas por um fim totalmente material. Há também ênfase nas atitudes hipócritas de Teodorico.

É possível relacionar essa leitura obrigatória da Fuvest 2021, A Relíquia, a temas que tratem de mudanças sociais, valorização do material e culto às aparências na sociedade.

Mayombe, de Pepetela

Mayombe, de 1980, trata do processo de independência da Angola, um dos países de Língua Portuguesa colonizado por Portugal. Mas o processo contado no enredo não é aquele bonitinho, que traz todos os benefícios advindos da independência. Os relatos são realistas.

Na leitura obrigatória da Fuvest 2021, o narrador inclui todas as contradições, sentimentos e também ações do grupo que militava a favor da independência. Ideologias variadas se misturam no enredo e muitas dessas ideologias impedem as pessoas de lutarem lado a lado por um ideal de independência.

Já deu para perceber que muito do que é narrado no livro acontece hoje em nosso país, em que polarizações políticas atrasam e às vezes inviabilizam avanços que são importantes para todos.

Campo Geral, de Guimarães Rosa

Falar de qualquer obra de Guimarães Rosa de forma resumida é ficar devendo a um autor que soube dar efeitos às palavras como poucos e em Campo Geral,  de 1964, não é diferente.

Nessa leitura obrigatória da Fuvest 2021, conhecemos Miguilin, um menino de oito anos que vive num cenário tipicamente brasileiro: as matas. O livro está centrado nas descobertas que Miguilin vai fazendo sobre o espaço em que está inserido, as pessoas que o rodeiam e ele mesmo.

Conforme Miguilin cresce, suas percepções se tornam mais aprofundadas e ele percebe que viver no sertão mineiro impõe a ele uma carga maior de força e coragem.

De qualquer maneira, o retrato da infância de Miguilin é um encanto e conseguimos relacionar Campo Geral a temas que falem sobre a preservação da infância e desigualdade social.

Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles

Cecilia Meireles

O título já te conta muito: o cenário central é o movimento da Inconfidência Mineira. Neste cenário, há a descrição da febre do ouro e de todo o progresso que isso traz a Minas, mas a exploração excessiva por conta do mesmo ouro gera sérios agravantes a essa terra.

Romanceiro da Inconfidência, que teve sua publicação em 1953, conta a história de Minas desde sua colonização até a já citada Inconfidência, com muitas passagens doces e outras angustiantes.

Temas de redação sobre exploração territorial e ambição desmedida poderão utilizar a obra tranquilamente. Além disso, você poderá saber mais sobre esse processo histórico por meio dos olhos de uma das mais incríveis escritoras de nossa literatura sobre a leitura obrigatória da Fuvest 2021.

Nove Noites, de Bernardo Carvalho

O “bebê” da lista, lançado em 2002, traz como ponto de partida a história do antropólogo americano Buell Quain, que, aos 27 anos, provavelmente comete suicídio em agosto de 1939 numa aldeia indígena do Tocantins, porém, a morte de Buell Quain, mesmo hoje, ainda não foi totalmente desvendada.

Na narrativa, o narrador, após tentar levantar informações sobre a morte do antropólogo, misturando assim ficção e realidade, romance ficcional e romance policial, passa a ser Manoel Perna.

Manoel Perna, o narrador ficcional, convive, de forma fictícia, por nove noites com Buell Quain e tenta entender o que de fato aconteceu. No período de convivência, a repressão da educação é um assunto que ganha ênfase.

Nove noites mistura ficção e realidade e mostra duas formas de se lidar com uma educação repressora: uma por meio do suicídio do antropólogo e outra por meio da narração biográfica do próprio Bernardo Carvalho.

Além disso, o livro dá destaque relevante à questão da preservação da memória que, apesar de não poder ser resgatada totalmente na obra, por conta dos próprios fatos imprecisos que rodeiam o suicídio de Buell Quain, é utilizada enquanto elemento para se criar uma aura de mistério na narrativa.

Assuntos como ditadura, falta de pertencimento social, efeitos de traumas da infância na vida adulta e, claro, suicídio, estão presentes na obra.

No sentido de narrar a percepção de uma pessoa/personagem já falecido, Nove noites assemelha-se a Quincas Borba, também leitura obrigatória para a Fuvest 2021, e o famosíssimo e aclamadíssimo Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (assim como Quincas Borba), que merece sua leitura com ou sem vestibular.

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