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Redação ENEM: Você sabe o que são os GOMIFES?

O nome te pareceu estranho, até mesmo coisa de filme? É, sabemos que a primeira impressão é bastante esquisita mesmo, mas os GOMIFES são essenciais para a construção de uma boa conclusão na redação do ENEM.

Vamos relembrar um pouquinho a estrutura da conclusão de uma redação do ENEM. Nela, você deve, obviamente, fechar todos os pontos que ainda estejam em aberto, propor uma solução viável ao problema apresentado ao longo do texto, a famosa proposta de intervenção, e exemplificar como essa solução será implementada. E é aqui que os GOMIFES entram na história.

As propostas de intervenção criadas para o problema em questão precisam ser executadas por algum agente social. Frequentemente, ouvimos que a solução deve conter uma ação para o governo, uma para a escola e uma para a sociedade como um todo, mas é possível fazer uma ampliação incluindo outros elementos. Daí, temos os Gomifes, que nada mais são do que uma sigla para representar:

– Governo;

– Organizações não governamentais;

– Mídia;

– Indivíduo ou Iniciativa Privada;

– Família;

– Escola;

– Sociedade.

É claro que os agentes escolhidos para a proposta de intervenção vão depender muito do tema da redação, pois não são todos os agentes que se encaixam em todos os assuntos, apesar de haver uma grande probabilidade de se encontrar ações para cada um deles em inúmeras temáticas.

Mesmo assim, é importante que você, candidato, selecione quais agentes são mais coerentes com a sua proposta de intervenção, caso contrário, sua conclusão tenderá a ficar imensa e, ao mesmo, com ações pouco abrangentes.

Apesar de não haver uma regra a respeito de quantos agentes devem ser selecionados para a conclusão, o ideal é que você escolha pelo menos dois.

A seguir, você conferirá um pouquinho do que é competência de cada um dos agentes dos GOMIFES no que diz respeito a uma proposta de intervenção.

GOMIFES: Governo

O governo pode criar, atualizar ou revisar leis, no sentido de proteger ou ampliar direitos, visando ao bem-estar de todos.

Além disso, é competência do governo fiscalizar a implementação das leis e criar projetos de acordo com a necessidade real do povo.

Não poderíamos deixar de salientar que o trabalho de administrar o orçamento (que permite com que projetos saiam do papel e tornem-se escolas, hospitais, moradias, saneamento básico etc.) também é do governo, seja ele municipal, estadual ou federal.

Nosso país é organizado com base em ministérios, que têm como funções específicas trabalhar em prol de um setor, atendendo às suas demandas, fazendo com que a população tenha melhor qualidade de vida e desenvolvendo o setor em questão no Brasil.

Atualmente, nossos ministérios são divididos entre:

– Agricultura, Pecuária e Abastecimento;

– Cidadania;

– Ciência, Tecnologia e Inovações;

– Comunicações;

– Defesa;

– Desenvolvimento Regional;

– Economia;

– Educação;

– Infraestrutura;

– Justiça e Segurança Pública;

– Meio Ambiente;

– Minas e Energia;

– Mulher, Família e Direitos Humanos;

– Relações Exteriores;

– Saúde;

– Turismo;

– Controladoria-Geral da União.

Há também duas secretarias que tem a mesma valia de um ministério:

– Secretaria de Governo;

– Secretaria-Geral da Presidência da República.

E dois órgãos também com a mesma valia de um ministério:

– Advocacia-Geral da União;

– Banco Central do Brasil.

Ao invés de citar o governo federal, estadual ou municipal, é possível incluir na proposta de intervenção o ministério competente por cuidar daquele setor, desde que se tenha certeza de que a tarefa proposta é função real daquele ministério.

GOMIFES: Organizações não governamentais

As ONGs têm funcionado como uma espécie de braço direito dos órgãos governamentais, já que fazem um excelente trabalho de conscientização e auxílio ao acesso a direitos básicos, como educação e saúde.

Elas são de iniciativa privada e sem fins lucrativos e podem ser utilizadas na proposta de intervenção como auxiliares das ações do governo a fim de atingirem comunidades ou grupos específicos.

Mídia

Sabemos da imensa influência e poder que a mídia tem atualmente no sentido de levar informações e ajudar na formação de pontos de vista. E são esses dois aspectos que podem ser usados em sua proposta de intervenção.

A mídia pode ser o veículo para que as ações do governo, das ONGs, das iniciativas privadas, das escolas e das sociedades sejam divulgadas, tendo assim seu alcance amplificado.

Indivíduo ou Iniciativa Privada

Todas as propostas de intervenção são pensadas para que o indivíduo, a partir de uma ação, seja beneficiado, mas esse mesmo indivíduo pode ser o beneficiado e o beneficiador.

Um indivíduo bem conscientizado pode ajudar na conscientização e mobilização de toda a sua rede de convívio, multiplicando a ação proposta.

Já a Iniciativa Privada pode ter a utilidade de subsidiar projetos que sejam de interesse social.

Família

A depender do tema e da proposta de intervenção, é imprescindível considerar que a solução só poderá ser colocada em prática caso haja uma rede de suporte. E a principal rede de suporte é a família.

É na família em que acontecem os primeiros momentos de conscientização individual e social, por isso, há várias ações que podem ser pensadas para esse agente.

A transmissão de valores e princípios elementares de convivência em sociedade também devem ser ensinados no seio da família.

Escola

É na escola que o indivíduo vê sua rede de convivência se ampliar. As regras e normas de convívio, antes destinadas a um pequeno grupo, ganham amplitude e o bem-estar geral começa a ser discutido com mais profundidade.

Poucos agentes são tão potentes no sentido da conscientização coletiva quanto a escola, por isso, é essencial que haja investimento estrutural e qualitativo para que esse agente possa fazer seu trabalho com cada vez mais excelência.

Enquanto agente da proposta de intervenção, as opções incluindo ações promovidas pela escola são inúmeras e é pertinente pensar que a escola é capaz de alcançar os alunos, suas famílias e a comunidade em seu entorno.

Recife – Alunos da Escola Municipal Abílio Gomes, na capital pernambucana, usam livros didáticos que podem ser proibidos pela Câmara de Vereadores (Sumaia Vilela / Agência Brasil)

Sociedade

Na sociedade é que tudo acontece, tanto é que temos visto quantos resultados positivos são advindos de movimentos sociais.

A sociedade precisa estar plenamente consciente de seus direitos (bem como de seus deveres) para que possa fiscalizar o cumprimento deles e reivindicá-los quando houver necessidade.

É na consciência do coletivo que as ações realmente ganham força e são executadas.

EXEMPLOS DE GOMIFES:

Trouxemos para vocês o exemplo de conclusão da candidata Alana Miranda, nota 1.000 no ENEM 2019. Veja quais agentes ela selecionou para sua proposta de intervenção e quais tarefas foram designadas para cada um deles.

“Depreende-se, portanto, a relevância da igualdade do acesso ao cinema no Brasil. Para que isso ocorra, é necessário que o Estado proporcione a redução coerente do custo de ingressos por região, junto à difusão da importância da produção cinematográfica no cotidiano, nos meios de comunicação, por meio de anúncios, a fim de colaborar com o acesso igualitário. Ademais, a instituição educacional deve proporcionar aos indivíduos uma educação voltada à democratização coletiva do cinema, como entretenimento destinado às elites, por intermédio de debates e palestras, na área das Ciências Humanas, como forma de esclarecimento populacional. Assim, haverá um ambiente estável que colabore com a acessibilidade geral ao cinema no país.”

Fonte: www.g1.globo.com | Acesso em 26/08/2020. 

Já Amanda Rocha, também candidata nota 1.000 em 2019, resolveu utilizar como agentes a Iniciativa Privada e a ANCINE (Agência Nacional do Cinema, que é um órgão oficial do governo federal).

“Portanto, cabe à Iniciativa Privada, em parceria com os estados e municípios, promover a interiorização das salas de teledramaturgia, por meio da construção de novos empreendimentos em áreas distantes dos polos econômicos e da redução dos custos para o consumidor de baixa renda, incentivando, então, a cultura mais democrática. Além disso, é responsabilidade da Ancine, Agência Nacional de Cinema, estabelecer um canal de comunicação mais efetivo com o telespectador, por intermédio de aplicativos e das redes sociais interativas, para que denúncias e reclamações sobre preços abusivos possam ser realizadas. Como efeito social, a democratização do cinema no Brasil será uma realidade, destruindo, assim, barreiras e “feudos” sociais.”

Fonte: www.g1.globo.com | Acesso em 26/08/2020.

Como é possível perceber, as possibilidades são múltiplas. Basta você saber qual é a função específica de cada agente e escolher quais deles melhor promoveriam as ações que você propôs em sua conclusão.

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