Desafios para implementação de políticas públicas para o diagnóstico precoce de problemas sensoriais na infância | Tema de redação

problemas sensoriais na infância

Imagine uma criança que não consegue processar corretamente os estímulos do ambiente — ela se assusta com sons comuns, recusa toques ou até ignora cheiros e sabores. Esse cenário, que pode parecer incomum, faz parte da realidade de milhares de crianças que sofrem com problemas sensoriais na infância. O diagnóstico precoce é essencial para garantir o desenvolvimento pleno, mas esbarra em obstáculos como a falta de políticas públicas, desconhecimento da população e escassez de profissionais capacitados.

Em 2025, o Projeto de Lei 2.695/2023 avançou no Senado com o objetivo de garantir exames de visão e audição para alunos da educação básica, o que demonstra a urgência de políticas estruturadas. Ao mesmo tempo, especialistas e instituições de saúde alertam para a necessidade de identificar outros transtornos, como o Transtorno do Processamento Sensorial (TPS), ainda pouco debatido nas esferas governamentais.

Neste post, você encontrará textos motivadores atualizados, explicações claras sobre os principais desafios e estratégias para desenvolver uma redação exemplar sobre o tema.

Proposta de Redação

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para implementação de políticas públicas para o diagnóstico precoce de problemas sensoriais na infância”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 

Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Instruções para redação

  1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
  3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas. 
  4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
  • 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”; 
  • 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 
  • 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
  •  4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

Textos motivadores sobre problemas sensoriais na infância

Texto 1: Projeto de exames de visão e audição na educação básica vai à Câmara

O Projeto de Lei 2.695/2023 propõe que exames de audição e visão sejam realizados em alunos da educação básica das escolas públicas. A iniciativa, já aprovada pelo Senado, segue para análise na Câmara dos Deputados. A proposta surge como resposta à necessidade de diagnosticar precocemente problemas sensoriais que afetam diretamente o desempenho escolar e o desenvolvimento das crianças.

O texto reforça que, ao identificar déficits auditivos ou visuais no início da vida escolar, é possível garantir intervenções mais eficazes e igualitárias no processo de aprendizagem, promovendo equidade na educação.

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Fonte adaptada: Senado

Texto 2: Transtorno do Processamento Sensorial: o que é, sintomas e tratamento

O Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) afeta sentidos como audição, visão, tato, olfato e paladar. Ele ocorre quando o sistema nervoso central não organiza adequadamente os estímulos recebidos, resultando em reações exacerbadas ou diminuídas frente a estímulos sensoriais cotidianos.

O diagnóstico é feito por profissionais capacitados, como terapeutas ocupacionais, otorrinolaringologistas e neurologistas. Os sintomas variam conforme a intensidade do distúrbio e podem incluir recusa a certos tecidos, intolerância a ruídos e dificuldade de interação social.

O tratamento envolve terapia de integração sensorial e uma abordagem multidisciplinar, buscando melhorar a adaptação da criança ao ambiente e à vida escolar.

Fonte adaptada: Hospital Paulista

Texto 3: O que é o Transtorno de Processamento Sensorial e como afeta crianças com TEA

Embora o TPS ainda não conste nos manuais diagnósticos como o DSM-5, sua ocorrência é significativa, especialmente em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nessas crianças, o TPS se manifesta por meio de comportamentos como recusa a roupas com etiquetas, aversão a sons altos ou necessidade constante de estímulos sensoriais.

Os sintomas impactam a rotina, a aprendizagem e o convívio social. Mesmo sem uma padronização diagnóstica, o reconhecimento e o tratamento do TPS por profissionais especializados podem melhorar significativamente a qualidade de vida das crianças afetadas e suas famílias.

Fonte adaptada: Socialmentes

Texto 4: Processamento Sensorial em Crianças e sua importância no desenvolvimento

O processamento sensorial é essencial para o desenvolvimento motor, cognitivo e social das crianças. A neurociência explica que, ao interpretar de forma desorganizada os estímulos, o cérebro compromete a forma como a criança interage com o mundo.

Os principais sistemas sensoriais afetados são visão, audição, tato, propriocepção e sistema vestibular. A desregulação nesses sistemas pode gerar atrasos no desenvolvimento, dificuldades escolares e problemas emocionais. Por isso, a identificação precoce dos sinais é fundamental para garantir a inclusão e o pleno desenvolvimento.

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Fonte adaptada: Ação em Sua Mente

Repertórios socioculturais sobre problemas sensoriais na infância

O uso de repertórios socioculturais é fundamental para demonstrar domínio das áreas do conhecimento exigidas nos vestibulares. No caso do ENEM, por exemplo, a Competência 2 avalia a capacidade do estudante de mobilizar saberes de diversas áreas para desenvolver uma argumentação sólida e pertinente ao tema. Já em outros exames, como a Fuvest e o PAS da UnB, o uso de referências bem contextualizadas também reforça a profundidade da análise e o senso crítico do candidato.

Filmes e séries sobre problemas sensoriais na infância

“O Contador de Histórias” (2009)
Baseado na história real de Roberto Carlos Ramos, o filme retrata a trajetória de uma criança que enfrentou dificuldades de adaptação sensorial, social e cognitiva durante sua infância em abrigos. Além disso, o longa ressalta a importância da intervenção precoce e do olhar atento de profissionais da educação. Dessa forma, ele evidencia como o apoio adequado pode transformar a vida de crianças em situações vulneráveis. Portanto, a obra destaca a relevância de ações concretas para promover o desenvolvimento integral e o bem-estar infantil.

“Temple Grandin” (2010)
O filme biográfico narra a vida de Temple Grandin, uma mulher com autismo que superou as barreiras impostas por dificuldades sensoriais e tornou-se referência mundial na área de zootecnia. Além disso, a obra destaca o impacto de um diagnóstico precoce e do apoio terapêutico para o desenvolvimento de crianças com transtornos sensoriais. Dessa forma, ela evidencia como a compreensão e o suporte adequados podem transformar a trajetória de indivíduos com condições semelhantes. Portanto, o filme não só inspira, mas também reforça a importância de ações personalizadas para o avanço e bem-estar de pessoas com autismo.

“Atypical” (Netflix)
A série acompanha a vida de Sam, um jovem com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e aborda diversas questões relacionadas ao processamento sensorial, como hipersensibilidade a sons, toques e interações sociais. Além disso, a produção reforça a importância do acolhimento e da adaptação do ambiente familiar e escolar. Dessa forma, ela mostra como mudanças no ambiente podem melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento de indivíduos com TEA. Portanto, a série não apenas sensibiliza o público, mas também destaca a necessidade de uma abordagem inclusiva e compreensiva.

Obras literárias sobre problemas sensoriais na infância

“O Cérebro Autista” – Temple Grandin e Richard Panek
Neste livro, Temple Grandin explica, de maneira acessível, como funciona o cérebro de pessoas com TEA, incluindo os desafios enfrentados no processamento sensorial. Além disso, a leitura é valiosa para entender como a neurodiversidade impacta diretamente a percepção e o comportamento. Dessa forma, ela oferece uma visão profunda e esclarecedora sobre as particularidades do cérebro neurodiverso. Portanto, o livro é essencial para quem busca uma compreensão mais ampla e empática das vivências de pessoas com TEA.

“Janela da Alma” – João Jardim e Walter Carvalho (documentário e livro)
Explora a forma como as pessoas enxergam o mundo a partir das experiências visuais e sensoriais. Além disso, o livro levanta reflexões profundas sobre a subjetividade dos sentidos, sendo útil para discutir as dificuldades enfrentadas por quem tem disfunções sensoriais. Dessa forma, ele proporciona uma compreensão mais ampla dos desafios que indivíduos com alterações sensoriais enfrentam no cotidiano. Portanto, a obra se torna uma ferramenta importante para sensibilizar e promover diálogos sobre as diversas formas de perceber e interagir com o mundo.

Leis e legislações sobre problemas sensoriais na infância

PL 2.695/2023
Este projeto de lei, já aprovado no Senado, propõe a realização de exames de visão e audição em todos os estudantes da educação básica da rede pública. Além disso, a medida representa um passo importante para o diagnóstico precoce de problemas sensoriais na infância e pode ser citada como exemplo positivo de política pública. Dessa forma, ela contribui para a identificação e o tratamento de condições que, muitas vezes, passam despercebidas, afetando o desenvolvimento das crianças. Portanto, o projeto é uma iniciativa fundamental para promover a saúde e o bem-estar dos estudantes desde cedo.

Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015)
Também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, essa legislação garante a acessibilidade e o diagnóstico precoce como um direito das crianças com deficiência, incluindo aquelas com disfunções sensoriais.

Fatos históricos e contextuais

Campanha “Olho Vivo” (década de 1990)
Foi uma das primeiras ações públicas de rastreamento de problemas visuais em estudantes no Brasil. Embora limitada, a campanha mostrou a importância de políticas públicas para identificar alterações sensoriais desde cedo.

Avanços no campo da neurociência na década de 2000
Com o progresso das pesquisas em neurodesenvolvimento infantil, os especialistas passaram a compreender melhor a origem dos transtornos sensoriais e a importância do diagnóstico precoce, mudando a abordagem clínica e educacional.

Argumentos sobre o diagnóstico precoce de problemas sensoriais na infância

Argumento 1: falta de capacitação de profissionais da educação e saúde

Causa:
Em muitas regiões do Brasil, profissionais da educação e da saúde não recebem formação adequada sobre os sinais de problemas sensoriais na infância.

Consequência:
Essa ausência de diagnóstico impede o início de intervenções terapêuticas nos primeiros anos de vida, fase em que o desenvolvimento neurológico é mais plástico. Isso pode comprometer o desempenho escolar e as habilidades sociais das crianças afetadas, além de gerar impactos emocionais para a família.

Possível solução:
Uma solução viável seria investir em políticas de formação continuada para professores, médicos da atenção básica e terapeutas, incluindo conteúdos sobre transtornos do processamento sensorial. A inserção de protocolos intersetoriais entre saúde e educação também favorece o encaminhamento ágil dos casos suspeitos.

Repertório sociológico:
A teoria de Pierre Bourdieu sobre capital cultural pode ser aplicada aqui. Crianças que não acessam diagnósticos e tratamentos precoces por falta de estrutura pública acumulam desvantagens ao longo da vida, perpetuando desigualdades educacionais e sociais.

Argumento 2: ausência de políticas públicas universais e estruturadas

Causa:
Atualmente, o Brasil não possui uma política pública nacional e padronizada voltada ao rastreamento sistemático de problemas sensoriais na infância. Projetos de lei como o PL 2.695/2023 ainda estão em tramitação e não foram implementados em larga escala.

Consequência:
Sem uma diretriz nacional, a detecção precoce depende da iniciativa de cada escola ou município, gerando desigualdade de acesso ao diagnóstico. Crianças em regiões menos desenvolvidas ficam mais expostas a negligência diagnóstica.

Possível solução:
É necessário aprovar e regulamentar leis que incluam exames auditivos, visuais e sensoriais como parte do calendário obrigatório da educação básica, com apoio de equipes multiprofissionais, especialmente na educação infantil.

Repertório filosófico:
O princípio da justiça distributiva, defendido por John Rawls, defende que políticas públicas devem priorizar os grupos mais vulneráveis. Assim, oferecer diagnóstico sensorial precoce em escolas públicas seria uma forma de garantir igualdade real de oportunidades.

Conclusão

Diagnosticar precocemente os problemas sensoriais na infância é uma urgência invisível que precisa ser enfrentada com políticas públicas eficazes, formação profissional e compromisso intersetorial. Ignorar os sinais é negar o direito ao desenvolvimento pleno de milhares de crianças brasileiras.

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