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5 principais correntes filosóficas para inserir na redação!

As correntes filosóficas são linhas de estudo a respeito do homem e de tudo que está relacionado a ele, tal qual o significado da existência, o modo de agir em sociedade e a maneira de enxergar o mundo, por exemplo.

As dissertações argumentativas exigem uma produção baseada em argumentos de autoridade e fatos concretos, isso porque os temas escolhidos estão inseridos no momento atual, e é preciso que o produtor saiba como relacioná-lo ao presente e a contextos passados.

Para isso, utilizar autores e teorias da filosofia pode te garantir um excelente texto. Algumas importantes temáticas filosóficas podem ser facilmente associadas aos temas propostos pela banca.

Confira algumas possibilidades pertinentes de como e onde acrescentar essas alternativas na produção textual:

1. Teoria Clássica: o pensamento grego

Platão e Aristóteles são os principais filósofos do mundo antigo por terem desenvolvidos conceitos fundamentais à humanidade. Esses conceitos podem ser aplicados a temas vinculados à política, ao conhecimento e à ética. Veja os mais notáveis abaixo:

O mito da caverna platônico: o homem aprisionado

Essa foi a alegoria utilizada por Platão para explicar o homem em uma sociedade que o aprisiona e o impede de ver o mundo a partir de sua própria percepção.

Tendo isso como ponto de partida, é possível criar uma contextualização para diversas temáticas, como o uso das redes sociais que pode prejudicar o usuário de perceber o mundo à sua volta e de distinguir a realidade das narrativas criadas nas redes.

A ética aristotélica: o homem virtuoso

Para Aristóteles, a ética está ligada à virtude como uma prática recorrente, isso influencia diretamente na forma de ação do homem, a qual deve ser guiada pela razão e bons hábitos.

A ética e a virtude aristotélicas podem ser correntes filosóficas empregadas na argumentação a respeito de charlatanismo e estelionato religioso, problemáticas comuns na atualidade.

2. Filosofia medieval: fé e sociedade

Escola do pensamento filosófico cristão, a escolástica buscava conciliar a fé cristã à racionalidade e tem como principais nomes Santo Agostinho de Hipona, para a Patrística, e Tomás de Aquino, para a Escolástica. Neste momento da filosofia, a fé foi encarada junto à razão, provocando a valorização do saber científico.

Patrística: entre o pecado e a liberdade

À procura de compreender a fé divina ao racionalismo, conforme já mencionado, Santo Agostinho explorava temas como a liberdade humana, o pecado e a predominância da alma sobre o corpo.

A corrente filosófica de Santo Agostinho tinha como uma de suas ideias principais o fato de que o indivíduo precisa ter responsabilidade para usar de sua liberdade, assim, para ele, uma não deve caminhar sem a outra.

Dessa forma, essa concepção pode ser citada para dialogar com temas a respeito da liberdade de expressão, como:

Escolástica: os direitos humanos e a desigualdade no Brasil

Tomás de Aquino é uma importante figura deste período filosófico e influenciou teorias do direito porque, segundo o autor, todos os indivíduos têm a mesma importância na sociedade, com os mesmos direitos e deveres.

Consequentemente, a noção acima pode ser usada nas diversas temáticas quanto ao problema da desigualdade social no Brasil e no mundo, bem como no que concerne ao acesso aos direitos humanos. É possível alocá-la tanto na contextualização do tema quanto do argumento.

3. Racionalismo diante à realidade das coisas

Esta visão dentro das correntes filosóficas defende que a realidade só será alcançada a partir da razão. Assim, só é possível ter acesso ao conhecimento verdadeiro e completo rejeitando o sentimento e as sensações. Dois nomes essenciais para essa teoria são Descartes e Espinosa.

René Descartes: a dúvida como a busca pela verdade

É comum o uso da célebre frase “Penso, logo, existo”, do filósofo René Descartes, para ilustrar o pensamento cartesiano, que embasa a teoria da razão humana como uma forma de atingir o conhecimento.

Você pode utilizar a frase e a teoria para enriquecer o seu repertório, principalmente para apresentar o tema. Para isso, é preciso que o tema se encaixe, só não force. A frase é ótima, mas é preciso saber usá-la. Veja um exemplo a seguir:

“De acordo com René Descartes e o pensamento cartesiano, é necessário colocar o pensamento e as coisas em dúvida para conhecer a verdade. No entanto, com a alta propagação de fake news no Brasil, é possível verificar que essa concepção não atinge à realidade brasileira que sequer verifica a veracidade das notícias. […]”

Baruch Espinosa: desenvolvimento humano

Menos conhecido que o anterior, Espinosa destacou que o conhecimento é o meio primordial para o desenvolvimento das habilidades e potencialidades humanas.

Dessa maneira, assuntos correlacionados à educação, como o analfabetismo e dificuldade no acesso às escolas são facilmente associados à noção trabalhada pelo holandês. Ela pode aparecer como forma de contextualização do problema ou comprovação do argumento.

4. Empirismo: a revelação da verdade por meio dos sentidos

Entre as correntes filosóficas, essa é a que está associada aos sentidos como os verdadeiros motivadores da revelação da verdade. Nessa teoria, a razão não é mais um critério fundamental, uma vez que o conhecimento é construído com base na experiência. John Locke e David Hume podem ser empregados com assertividade em seu texto.

John Locke: o rompimento do pacto social

O importante filósofo inglês exerce, até hoje, influência na filosofia moderna e na construção de teorias recentes. Locke acreditava que há uma espécie de pacto social para a construção da sociedade e de fins específicos.

A teoria contratualista é um excelente recurso para a sua redação, pois ela se ajusta em partes distintas dela. Verifique os exemplos a seguir:

David Hume e seu pensamento cético

O escocês David Hume é afamado por seu raciocínio cético sobre a origem e a validade de tudo aquilo que conhecemos, seja ideias, impressões, emoções, sensações, dentre outras. Além disso, para ele, o hábito é princípio essencial para guiar a vida humana.

Essa ideia do hábito enquanto guia é bastante disseminada e pode ser aplicada na introdução, como contextualização de temas diversos, sobretudo àqueles ligados aos comportamentos humanos.

Atente-se ao fato de que ela pode ser usada também como contra-argumento, dado que um hábito pode se tornar um vício e ser, então, prejudicial.

5. Existencialismo: a relação do ser com o existir

Sendo um conjunto de teorias do século XX, o existencialistas presumiam que a essência humana é construída também por meio das experiências no mundo e das escolhas do ser. Diferindo das outras correntes filosóficas que citamos, esta afirma que a vida é elaborada baseada em angústia, na náusea e no absurdo.

Ultimamente essa corrente tem ganhado ainda mais visibilidade devido ao casal Sartre-Beauvoir. Compreenda como aproveitar esse repertório abaixo.

Jean-Paul Sartre e a liberdade humana

Talvez o mais famoso representante dessa linha de pensamento da filosofia, Sartre acreditava que a liberdade movia o ser humano e deveria ser irrestrita.

Devido a isso, as ideias do autor têm potencial para serem integradas a assuntos variados, especialmente como comprovação de argumento.

É viável utilizar a noção central de sua concepção para argumentar a respeito dos problemas do cerceamento da liberdade, tal qual ocorre em regimes autoritaristas, por exemplo, como também sobre os males do isolamento social imposto pela COVID-19 ou até acerca da condição de sofrimento vivida por uma mulher em situação de abuso do seu direito de ir e vir.

Simone de Beauvoir: contemporânea e feminista

Conhecida por ter desenvolvido as bases do pensamento feminista do século passado, a filósofa criticou o pensamento tradicional que se associava ao papel de inferioridade destinado às mulheres. Assim como seu companheiro, Jean-Paul Sartre, a defesa da liberdade é um aspecto fundamental da obra de Simone de Beauvoir.

Temas relacionados à desigualdade de gênero são ótimas oportunidades para inserir a teoria da autora francesa.

Frases como “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher” – talvez a mais conhecida – e “Homem é a definição de ser humano e mulher é a definição de fêmea” são possibilidades para incluir na exposição do tema e na apresentação do argumento, respectivamente.

Gostou dos exemplos? Agora que você já conhece algumas das principais correntes filosóficas e formas de utilizá-las em seu texto, é importante colocar o conhecimento em prática para arrasar no ENEM. Que tal tirar um tempinho para produzir uma redação com uma dessas referências?

Caso você queira saber como está se saindo em seus textos e deseje apontamentos realizados por especialistas para melhorar cada vez mais, conheça nosso plano de correção de redações.

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